Idalina do Amaral nasceu em Ilhabela (SP), onde estudou até a 2ª série e viveu parte da sua infância, depois foi para Santos, trabalhar como doméstica. Sem muita sorte em seus projetos chegou a ser andarilha, quando conheceu Albino Alves da Graça, e resolveram voltar para Ubatuba, cidade natal de Albino e ali viveram até seus últimos dias. Poetisa autodidata, compunha poesias e textos registrando acontecimentos do cotidiano e fatos históricos, sempre demonstrando a sua fé e carinho ao próximo. Como proprietária de um modesto hotel acabou conhecendo pessoas que reconheceram seu trabalho e ajudaram na divulgação dos seus textos, através de jornais, com o pseudônimo de "A solitária de Iperoig". Editou o livro "Terra Tamoia" (l967) depois o livro "Bom dia Ubatuba". Sua poesia "Ubatuba" foi editada no livro "Vinte anos de Poesias" (l988). Mesmo depois do falecimento do marido continuou participando dos movimentos culturais e caridade aos menos favorecidos, para quem deixou seus bens uma vez que não possuía herdeiros. Foi respeitada e reconhecida pelos escritores de Ubatuba, a prova disto é que em 1982 o Concurso de Poesias da Cidade passou a chamar-se Idalina Graça. Poesia Ubatuba No passado Ubatuba brincava Sobre o verde do farto valado E seus filhos nativos folgavam Sob a luz de um sol mais dourado Adiante a serra encantada Recortava dentro o sertão E os homens cansados oravam Contemplando o azul da amplidão Portugueses em busca de ouro Se detinham exaustos com fome Mas a glória acenava de longe Liberando o brasão do seu nome E a lendária Ubatuba avançava Progredindo na vida fértil Realizada nos dias de hoje Para orgulho do nosso Brasil É a Ubatuba de ontem que vive Na história feliz da nação Procurando nas lutas da vida Trabalhar ajudar outro irmão Avançai bandeirantes tamoios Irmanados no mesmo ideal Ostentando o mesmo estandarte Povo amigo da glória real. Textos ... "Nóbrega procurou com o olhar Anchieta. Este sorriu e seu velho companheiro sentiu a alma inundada de Luz. Impulsionados pela Fé, guiados pela mão de Deus, os santos missionários, a um só tempo, ergueram as mãos e, traçando no ar o bendito sinal-da-cruz ordenaram à cobra que partisse para sempre daquelas paragens, para nunca mais fazer mal aos gentios, os quais, aos poucos, surgiram para a Fé e a Verdade. E o milagre aconteceu." - Terra Tamoia ... "Que Deus bendiga todo ser humano que faz do sofrer do próximo seu próprio sofrimento. Oh! Nossa Senhora Aparecida, iluminai todos os lares neste planeta de expiação e que cada mãe em missão na terra faça da criança órfã o seu próprio filho. Quem escreve estas frases é uma mulher que muito sofreu porque muito amou, mas nem por isso a dor matou em meu coração o amor a cada irmão da terra onde vivo, trabalho e oro a Deus por todos nós." - Bom Dia Ubatuba
Nota do Editor: Maria Angélica de Moura Miranda é jornalista, foi Diretora do Jornal "O CANAL" de 1986 à 1996, quando também fazia reportagens para jornais do Vale do Paraíba. Escritora e pesquisadora de literatura do Litoral Norte, realiza desde 1993 o "Encontro Regional de Autores".
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