| CAR | | | | Passer domesticus albino. |
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Primeiro devemos perguntar ao Aurélio - Albinismo Med. Anomalia congênita, caracterizada pela ausência total ou parcial do pigmento da pele, dos pêlos, da íris e da coróide. - e incluir agora: ausência de pigmentos nas penas. É isso mesmo, este pardal da fotografia é um pardal albino. O Beto Francine falou para mim que ele estava aparecendo lá na Escola Anchieta e no sábado, pela manhã, fui lá conferir. Rapidinho consegui a fotografia e depois fiquei analisando o comportamento. Ele não se mistura ou é excluído pelos outros pardais, fica sozinho o tempo todo e algumas vezes chega a andar junto com um sabiá. Se alimenta dos insetos que amanhecem atordoados no chão embaixo das luminárias da escola, chegando inclusive a preterir a broa de milho que esfarelei como isca para a fotografia. Fui conversar com o Jahür Carpinetti e ele me confirmou que na casa dele tem um pardal albino e que raramente ele se alimenta de grãos, prefere as frutas junto com os sanhaços. O pardal não é uma ave brasileira, foi trazido pelos portugueses para combater os insetos da cidade do Rio de Janeiro. Quando descobriram que ele não se alimentava de insetos já havia pardal pelo Brasil todo. Pena que os albinos são recessivos. Onde tiver um ambiente urbano, haverá pardais. Pardais e pombos comuns, que também foram trazidos da Europa para embelezar as nossas cidades. Uma referência segura de ambientes urbanos densamente povoados é a presença de pombos e pardais. Nos arrabaldes das cidades ainda se vê pardal e raramente pombos e, nos ambientes naturais e íntegros, não se vê pardal nem pombos. Em 1996 quando me mudei para o bairro do Taquaral não se via pardal. Hoje o bairro cresceu e já vemos pardal em profusão. Com promessas (ou ameaças?) de mais crescimento logo veremos pombos à vontade. Tanto os pardais como os pombos dependem do homem para sobreviverem, dependem do homem e da nossa falta de responsabilidade com o lixo que geramos em nome da supremacia humana. Estas duas aves são as melhores sinalizadoras de o quanto o ambiente está ocupado pelo homem e conseqüentemente de o quanto o ambiente está estragado.
Nota do Editor: Carlos Augusto Rizzo mora em Ubatuba desde 1980, sendo marceneiro e escritor. Como escritor, publicou "Vocabulário Tupi-guarani", "O Falar Caiçara" em parceria com João Barreto e "Checklist to Birdwatching". Montou uma pequena editora que vem publicando suas obras e as de outros autores.
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