| RMB | | | | Carlos Rizzo, a postos, no telhado. |
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Quando comecei a observar aves, me contentava com o simples avistamento e o conseqüente deslumbramento. Isso me bastou durante anos e não me faltaram encantamentos por esta Ubatuba afora e adentro das suas matas. Com o compromisso de divulgar a atividade nasceu a necessidade de fotografar, afinal uma imagem continua valendo mil palavras. Sem me frustrar descobri que não possuía, e ainda não possuo, recursos financeiros para investir na compra de equipamentos básicos para uma boa fotografia. Sem me frustrar porque jamais tive a pretensão de alcançar a qualidade técnica de uma série de fotógrafos que conheço e respeito. Melhor e mais próximo exemplo é o Dimitri do Itamambuca. Fotografar aves exige técnica, tecnologia e oportunidade. Resolvido que não teria condições de adquirir tecnologia descobri que havia uma grande oportunidade para mim, ser o pior fotógrafo, abrindo mão da qualidade, mas conseguindo importantes registros de aves difíceis de fotografar. Fui ousado e até publiquei a foto de um pequeno beija-flor que procurava há anos. Tenho uma série de fotos, horríveis, mas importantes como registros que vivo procurando melhorar. Tempos depois, o meu amigo Henrique Russo me emprestou, depois me deu, uma Canon com uma lente de 300mm e depois, através do programa Birders Exchange da American Birding, recebi como doação uma Nikon F5, analógica. Fotografei muito além da minha capacidade de adquirir, revelar e ampliar filmes e fotos tive que me conter quando vi a conta. O que economizamos com as máquinas digitais é incontestável. Eventualmente os amigos me emprestam uma máquina digital que saio clicando por aí. Mesmo assim, para conseguir a foto de um pichochó, Sporophila frontalis, tive que me postar no telhado da minha casa. Devo confessar que não posso mais reinvidicar o título de pior fotografo. Também não sou dos melhores, mas consegui alguns registros importantes e bem feitos ao ponto de abrir uma conta no Flickr. Criei coragem e parte dela estou tornando pública, convido os amigos para visitarem e conhecerem meus primeiros passos na arte da luz (clique aqui). As críticas e comentários serão bem-vindos.
Nota do Editor: Carlos Augusto Rizzo mora em Ubatuba desde 1980, sendo marceneiro e escritor. Como escritor, publicou "Vocabulário Tupi-guarani", "O Falar Caiçara" em parceria com João Barreto e "Checklist to Birdwatching". Montou uma pequena editora que vem publicando suas obras e as de outros autores.
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