Por ser uma atividade que trabalha fundamentalmente com a sensibilidade, gosto, percepção, vaidade, satisfação do ego e outros fatores altamente subjetivos; agregados a modismos, mudanças repentinas de atitudes e parâmetros nem sempre mensuráveis, o turismo é enfocado quase que exclusivamente do ponto de vista econômico e massivo, trazendo uma lacuna; pois deixa de lado análises emotivas e de impulsos, que em muito contribuirão para o entendimento do consumo de um bem que escapa do básico, da sobrevivência do dia-a-dia, requerendo uma comercialização apurada. Condicionado às leis de mercado, o turismo contém diferenças quanto aos objetivos. Deve-se deixar claro o fato das pessoas enfeixadas dentro de um cadastro comercial, com dados lineares, possuírem aspirações e vontades diversas. Trabalha-se aqui com sonhos, ideais, fantasias, onde o melhor, além da qualidade e bons serviços, não é exclusivamente o preço, embora ele deva ser o mais justo e traga um alto potencial de recompensa ao cliente. Pesquisas, análise de hábitos e comportamentos, propaganda adequada, relações públicas a mais focada na individualidade, merchandising no local e hora certa e todo o ferramental mercadológico devem estar alinhados a um conhecimento psicológico, levando as empresas a reavaliarem seus produtos, serviços, forma e maneira de oferecer, visando a uma maior identidade de estilo, hábito, prazer, identidade, que tragam a verdadeira satisfação ao consumidor potencial. Massificação e preço, roteiros contemplativos e soltos, o lugar comum, devem ser substituídos e ou adaptados, levando-se em conta a opinião de grupos que querem ser vistos como “pessoas especiais”. Esse artigo não trata do turismo de luxo, e sim dar o maior luxo ao consumidor, dentro do espaço econômico da sua vaidade. Um mesmo roteiro, pode conter especificidades que venham ao encontro da individualidade, sintetizando assim, o maior e mais eficaz efeito multiplicador econômico. Além de dissecar o comprador e eleger políticas de comercialização é necessário e primordial se debruçar nas investigações ligadas aos impulsos do subconsciente, que podem determinar mais ou menos a aceitação de produtos, bens e serviços. A biodiversidade de escolha deve ser levada em consideração, ainda mais quando adentramos o terreno da individualidade humana, onde a razão tem razões que a própria razão desconhece. Nota do Editor: Otavio Demasi (odtur@ig.com.br) é Jornalista e Consultor em Turismo.
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