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A troca dos dois geradores de vapor (GVs) da Usina Nuclear de Angra I propiciará uma sobrevida de cerca de 30 anos à unidade nuclear instalada em Angra dos Reis, no litoral sul do Estado, ampliando a sua operacionalidade até 2050. A afirmação foi feita ontem, no Rio, pelo presidente da Eletronuclear - subsidiária da Eletrobrás -, Zieli Dutra Filho, que participou da segunda edição do Fórum Continuado de Energia, no Clube de Engenharia. Zieli Filho confirmou que a contratação dos dois novos geradores a vapor vai custar 44 milhões de euros. O contrato, assinado no último dia 15 de maio, prevê a entrega dos dois novos geradores em um prazo de 40 meses. Para promover a troca dos geradores, que deverá acontecer no final de 2007, será necessária a paralisação de Angra I por cerca de 4 meses - período em que serão montados os geradores. A cláusula do contrato, assinado entre a Eletronuclear e a empresa franco-alemã Framatone, inclui a Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), que responderá por parte da construção das unidades de geração a vapor. Do custo total dos geradores, a Eletronuclear vai conseguir economizar R$ 50,5 milhões em decorrência de decreto assinado pela governadora Rosinha Matheus, no último dia 2, isentando do preço total das unidades os 19% relativos a incidência do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre as operações internas e de importação na cadeia produtiva (peças, máquinas, equipamentos, aparelhos e acessórias utilizados como insumo durante a construção dos geradores. Os geradores a vapor são grandes trocadores de calor verticais que transferem calor do circuito primário para o secundário. A água aquecida sob alta pressão circula através dos tubos, aquecendo a água do circuito secundário para que a mesma se transforme em vapor, e acione as turbinas e o gerador elétrico. A usina de Angra I - que voltará a fazer parte do Sistema Interligado Nacional, no próximo dia 12, depois de uma parada programada para manutenção, no dia 10 de julho - respondeu no ano passado, por 1,5% da produção nacional de energia elétrica e atendeu a 1,7 milhão de habitantes. Com Angra II, a outra unidade nuclear brasileira com seus mais de 1.300 MW, atende a 50% do consumo de energia do Estado do Rio de Janeiro.
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