Qual terá sido a intenção do deputado Clodovil Hernandez ao propor sua filiação ao PR? Não parece ser por espaço político, nem por uma autêntica identificação com a legenda. Parece mais que todo este barulho (local, é claro!) visou apenas para dificultar o caminho do pré-candidato a prefeito Paulo Ramos, de quem Clodovil já falou cobras e lagartos em rede nacional. Imaginem o embate de personalidades que vai virar a sigla em Ubatuba, que ficará dividido, já que a presidente do diretório local Ana Baroni, é uma das articuladoras da candidatura de Ramos para a Prefeitura. E quais serão os interesses de Clodovil? Realmente disputar a vaga de Eduardo César, ex-aliado e atual desafeto, em 2008? Será que o grupo de Ramos e os adeptos de Ana Baroni se subordinarão (se curvarão) aos caprichos de Hernandez? Acompanhei de longe a confusão que se formou após a notícia. O dono do partido, o deputado federal Waldemar Costa Neto teria sido surpreendido por uma ligação de Clodovil, que demonstrou interesse de ingressar no PR. A proposta teria sido aceita imediatamente por Waldemar que, só depois teria percebido o tamanho do problema que estaria por causar no diretório local do partido. Clodovil é um quadro significativo em eleitorado para o PR nacional, pois com uma campanha modesta arrebanhou quase meio milhão de votos. O problema é meramente local, onde todo o quadro político já estava montado em torno de uma aliança entre os PRs (Paulo Ramos e Partido da República). Com a chegada de Clodovil, e com os antecedentes já apresentados acima, tudo pode ficar muito complicado. Talvez por isso, lideranças locais dos Republicanos já estariam buscando um transbordo de filiados para o PRP, como forma de garantir apoio a Ramos, mesmo que o PR fique nas mãos de Clodovil. Com a notícia, parece que o ambiente político entrou em ebulição: primeiro, a volta de Caribé, desta feita articulando com o PTB, segundo noticiado pelo Sidney Borges. A seguir, apareceu a notícia do crescimento do nome do vereador Charles Medeiros como provável terceira via e, para finalizar, a jogada de mestre da Nelinha e do Jairo dos Santos, trazendo o PSB para a oposição. Vendo a briga de longe, parece que Eduardo César vem conseguindo, graças a uma boa articulação e um enorme despreparo de seus adversários, fortalecer-se para disputar a reeleição. Para César, quanto mais candidatos, mais chances. Seus adversários parece que torcem pela continuidade. Nota do Editor: Marcelo Mungioli é advogado e jornalista.
|