Infra-estrutura urbana, estrutura turística, equipamentos diversos, belezas e recursos naturais, são ingredientes para o turismo receptivo. A pergunta que se faz é: só isso basta para conquistar e atrair fluxos ao núcleo receptor? O que se denota, são correntes naturais, na maioria das vezes de pouca expressão e correntes de veranistas que se deslocam para núcleos receptores, sem utilizar ou sub utilizando em pequena escala os equipamentos públicos e privados. Na maioria das vezes, se esquece que o produto turístico, embora em abundância, deve ser estudado, pesquisado, analisado e ter um tratamento, a fim de ser convenientemente vendido aos potenciais compradores. O procedimento normal é o de “venha nos conhecer, pois temos muitas atrações”. É hora de entender que a criação de produtos, serviços não foge muito ao que a indústria em geral faz: cria modelos diferenciados todos os anos, sabonetes com novos perfumes ou novas embalagens e daí por diante. O que falta aos núcleos receptores e a todos que têm uma parcela na determinação das políticas, táticas e estratégias é determinar o que “embalar” e como colocar à venda e que esteja à disposição no momento que o turista queira comprar. Na maioria dos núcleos receptores é adotada a tática de que o turista acha tudo sozinho, porque quer consumir. Falta sistematização das atividades, informações, horários, preços, sinalização, política de animação, entretenimento, distração e lazer. Necessário se faz também, preparar a população, conscientizando-a e sensibilizando sobre a importância macro do turismo. Na área educacional, reside um grande trunfo, pois nas escolas desses núcleos muito poderia ser ensinado, nas áreas de história, geografia e também a aplicabilidade de uma política de formação específica, já que só na área hoteleira, são mais de 50 profissões. O mais calamitoso é a falta de roteiros, pois eles ampliam a estacionalidade, distribuindo a renda por toda a população local e quanto maior for a diversificação desses roteiros, maior é a chance de atrair demanda. Precisa-se oferecer o que fazer, o que ver com opções para todos os bolsos e idades em todas as épocas do ano. Nota do Editor: Otavio Demasi (odtur@ig.com.br) é Jornalista e Consultor em Turismo.
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