Elas são amorosas, encantadoras, ingênuas, mas também gostam de empurrar e até morder! Quando o assunto é defender um brinquedo ou mesmo mostrar insatisfação, as crianças pequenas muitas vezes não hesitam em dar uma bela dentada no amiguinho. Muitos são os casos de mães e pais que, ao buscar seu filho na escolinha, surpreenderam-se com as marcas de mordida. Uma situação nada agradável para todos os envolvidos na história. Os especialistas aconselham os pais a não valorizar demais estas agressões. Eles afirmam que, até os quatro anos de idade, elas são normais. "Nesta fase, as crianças ainda não entendem a existência do outro e toda forma de explorar o mundo passa pela boca, é a chamada fase oral. Muitas vezes o bebê morde apenas para testar os limites do outro, para ver o que acontece. Em outras situações, quando se sente contrariado, a mordida é uma forma de mostrar sua agressividade, já que ainda não sabe se expressar de outra maneira" explica Luciana Blumenthal, psicóloga da Elipse, clínica multidisciplinar especializada em aprendizagem. Ela acrescenta que conforme as crianças crescem, elas aprendem a controlar suas emoções e a se expressar através da fala, deixando a mordida de lado. "O importante é que tanto a escola quanto os pais saibam usar este momento para ensinar à criança regras de convivência", completa. Apesar de, na maioria das vezes, a mordida fazer parte do desenvolvimento natural da criança, a psicopedagoga Maria Irene Maluf, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia - ABPp, alerta que, em alguns casos, este comportamento pode sinalizar um problema de ordem emocional. "Se estas mordidas passam a ser freqüentes, a criança pode estar insatisfeita, ansiosa, com sentimento de rejeição e tenta chamar a atenção através da agressividade. Quando isto acontece, a família e a escola precisam acompanhar de perto essa criança, ter atenção para detectar o porquê. Falta carinho e atenção? Como é a estrutura familiar? E dependendo do caso, é importante buscar a ajuda de um psicólogo", orienta.
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