... a morte lenta da nossa língua bem escrita?
É indubitável que a internet tomou conta de nossas vidas de forma devastadora. Já não conseguimos passar um dia sem ver o que está acontecendo no mundo em alguma "home" de algum portal, sem olhar nossos e-mails para saber se chegou alguma coisa importante, ou sem olhar nosso perfil no Orkut pra saber se alguém deixou "scrap", ou a tradução, recado. E por fim, a febre no Brasil, que é a utilização do MSN. O MSN é um sistema de mensagens instantâneas que você fala com outra pessoa em tempo real. Redes de informações, colegas, e até mesmo empresas se utilizam dessa ferramenta para fazer contato via internet, e até economizar em telefonia, visto que esse sistema só tem o custo da internet. Porém, essa ferramenta muito utilizada por jovens e adolescentes, pela rapidez, está criando uma nova forma de linguagem: o "msnês". Abreviações, expressão, aglutinações, tudo é válido para se comunicar rápido e com eficiência. Um verdadeiro dialeto foi criado, quase um código. "Kd" "vc" "Td" "aki" "blz" "fmz" são alguns exemplos. Ou então, escrever trocando vogais, como "tudu", "falandu", "escrevendu". Mas toda essa modernidade e rapidez têm uma conseqüência, e os professores, principalmente de português, estão sentindo isso na pele, ou melhor, no papel. Cada vez mais surgem provas e textos com abreviaturas "msnísticas" e os alunos já estão se esquecendo como se escreve corretamente. Os erros de português, comuns nas janelas do MSN, estão se incorporando ao vocabulário desses adolescentes de tal forma, que eles já não sabem mais utilizar o "ç", o "ss", o "sc", e outras regras da nossa língua, corretamente. Eles vão seguindo o som das palavras, e escrevem com a primeira letra que vier na kbça. Ops, cabeça. Por tudo isso, esse texto serve de alerta para professores, e principalmente pais. É hora de começar a ficarmos atentos à qualidade da escrita de nossos filhos, que, em benefício da modernidade, estão desaprendendo a escrever corretamente. E acaba refletindo em redações, trabalhos, provas e tudo mais. Ser rápido na internet e conhecer os códigos é uma coisa. Não saber mais escrever corretamente, é outra. Nota do Editor: Stevan Lekitsch (stevanlek@uol.com.br) é bacharel em Comunicação Social e escritor.
|