O fato de acionar inúmeros setores empresariais e governamentais; aproveitar recursos múltiplos, sem o esgotamento da “matéria-prima”; ser universal; utilizar-se do que de mais avançado existe em tecnologia e suprir-se de itens como cortesia e amabilidade, dá à indústria turística a tônica de atividade fomentadora por excelência, possibilitando, assim, o desenvolvimento do “núcleo receptor”, nem sempre só com somas fabulosas, mas com muito senso crítico, sensibilidade, participação e vontade política de fazer. O desenvolvimento sustentável e harmônico do “núcleo receptor” passa por um Plano Diretor, que deve e precisa ser trabalhado por inúmeras cabeças, mãos e setores da sociedade local. Realizá-lo dentro de parâmetros exclusivamente técnicos, é fadá-lo ao insucesso, pois a atividade é de mão dupla, de parceria, de integração, de participação, de apoio mútuo, de conjunto, não sendo exclusividade do poder público e ou para servir minorias, além de exigir constante reciclagem. Devido às características deve embasar a preservação e desenvolvimento sustentável, as potencialidades e vocações e principalmente, inserir toda a comunidade, para que os fluxos econômicos advindo das correntes turísticas, sejam distribuídos harmonicamente por toda a sociedade local. Conscientizar, sensibilizar, profissionalizar, reciclar, potencializar negócios, debater, integrando todos os atores, parceiros – valorizando assim toda a prata da casa. Levantamentos setoriais e estatísticos, através de associações, entidades, órgãos de governo devem ser realizados. Potencialidades, aspectos diferenciais (urbanos/rurais), além das vocações, da criatividade, visando sempre ações de profissionalização local. Sinalização, equipamentos receptivos, de lazer, são outros detalhes consideráveis. Todas essas ações podem contar com o apoio de estudantes, universitários em diversas áreas para as pesquisas de campo, a custo reduzido. Para cobrir tais despesas, pode-se implementar o Fundo de Desenvolvimento Turístico, que será um dos pilares de alavancagem de negócios que surgirão no seio da sociedade. Visando ampliar e reter os turistas é imprescindível vasculhar todas as opções de roteiros, entretenimentos, passatempo, passeios, animação, cultura, esportes e tudo que amplie a sua estacionalidade, aumentando assim seus gastos. Cabe neste trabalho, contemplar a área de comunicação, que deve ter a participação de todos os envolvidos. Com a popularização da internet, cabe à todos ajudarem projetar a imagem, ajudando na venda do núcleo mundo afora. Cabe ações diferenciais junto ao trade turístico, procurando sistematizar pacotes, atrair eventos, feiras, entre outros. Outro mecanismo é a Comissão Municipal de Turismo, que deve contar com representantes da comunidade nas mais diversas áreas e não somente do trade turístico, pois muito mais que a hospedagem e o transporte, o turista é seduzido pela geografia, gastronomia, folclore, patrimônio e quesitos materiais e imateriais. Legislação: papel fundamental nesse ordenamento e crescimento sustentável tem as Câmaras Municipais; estatísticas: as mais diversas e contínuas; incentivos aos investimentos privados: procurar formação de cooperativas; diretrizes de urbanização e uso do solo: não destruir as riquezas naturais, arquitetônicas, históricas, entre outras; política ambiental: preservar para faturar sempre; captação de recursos: públicos, privados, à fundo perdido, internacionais. Nessa receita cabe de tudo que vise o desenvolvimento harmônico, crie melhoria de qualidade de vida, preserve o diferencial que atraia os turistas e gere renda, oportunidades e melhoria de vida à comunidade local. Nota do Editor: Otavio Demasi (odtur@ig.com.br) é Jornalista e Consultor em Turismo.
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