Segundo o coordenador Geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Celso Schroder, rádios comerciais menores e as comunitárias podem ser prejudicadas com a migração da transmissão do sistema analógico para o digital. Estimativas do presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Pimentel Slaviero, afirmam que cada rádio terá que desembolsar de US$ 80 mil a US$ 125 mil em equipamentos para operar na nova tecnologia. Atualmente existem mais de 7 mil emissoras de rádio em operação no Brasil, sendo que aproximadamente 4 mil são comerciais ou públicas. Para financiar a migração das rádios para o digital, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, já anunciou que a intenção é seguir o modelo adotado para o caso da TV. "Temos a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), junto com o banco de desenvolvimento do Japão, e agora queremos que esse mesmo procedimento seja cumprido também para o rádio digital". Para o ministro, há espaço para reduzir as alíquotas de PIS e Cofins e do ICMS que, juntos, representariam mais de um terço do preço dos produtos no varejo. "Os fabricantes contaram que, no preço do set top box da TV digital, 40% é a margem de lucro do fornecedor e 35% são impostos, especialmente PIS/Cofins e ICMS. E isso pode acabar acontecendo também na fabricação dos rádios digitais", completou. Já que as margens de lucro também são altas, as empresas estariam dispostas a reduzir seus ganhos em troca de uma queda de impostos. Segundo Costa, a medida pode ter negociação tranqüila dentro do Conselho de Política Fazendária (Confaz), pois o conselho já tomou decisões unificando alíquotas de ICMS em favor da indústria de telecomunicações.
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