Inúmeros são os objetivos do Órgão Municipal de Turismo: sua estruturação; definição da Política de Desenvolvimento Turístico; sistematização de estatísticas e levantamentos; política de divulgação dos produtos e serviços turísticos e vai daí por diante. Outro braço que se acopla com mais firmeza e atuação, são os Conselhos Municipais de Turismo, seguidos dos Centros de Captação de Eventos e Turistas e entidades regionais. É óbvio que se precisa somar esforços com as ações do Governo do Estado e Federal, visando propagar a imagem local e regional junto aos centros emissores. Itens importantes: entrosamento a nível nacional, estadual, regional, municipal e internacional com entidades correlatas; calendário de eventos; ações com órgãos de comunicação de massa, agências noticiosas; apoio, estímulos e fomento à toda gama de empreendimentos ligados direta e indiretamente que apóie o receptivo; idem à todo o “trade” turístico; implementar a conscientização e sensibilização turística da população; implementar estatística, pesquisas, mapear todo o inventário turístico, equipamentos, recursos do núcleo receptor; estabelecer o maior número de roteiros turísticos. Ordenamento jurídico que facilite os investimentos turísticos e afins: zoneamento urbanístico que dimensione o crescimento sustentável; formação e reciclagem de mão-de-obra em todas as áreas da prestação de serviços ligadas direta e indiretamente ao setor; preservação da cultura, patrimônio histórico, paisagístico, monumental e ambiental. A atividade turística deve ser inserida no macro planejamento municipal, pois é agregadora de negócios, impulsionadora da imagem local e regional, geradora de empregos e renda, ampliadora das receitas diretas, além de receitas de origem estadual e federal. Minha experiência no âmbito municipal no turismo, desde 1970, tem mostrado alguns dilemas: embora tenha melhorado muito o turismo ainda deixa de ser estratégico, até para municípios estâncias; a escolha, embora prerrogativa do Executivo, pende na maioria das vezes pelo lado político e não profissional; a estrutura organizacional é acanhada para a amplitude das necessidades; a falta em quase 100% de processo de concurso para preenchimento dos quadros administrativos e o mais sério: falta de políticas públicas macro e orçamento compatível com as necessidades. O turismo é visto como atividade momentânea. Inúmeros municípios, contam com levantamentos realizados por estudantes de Faculdades de Turismo, que por força de estágio, o realizam sem cobrança de qualquer remuneração, o que fecha mais ainda o mercado. As ações do Sebrae, embora venham somar esforços, não cobrem o amplo espectro do planejamento turístico municipal, pois na maioria das vezes, focam as necessidades do empreendedor, do pequeno e médio empresário. A atividade turística transcende e em muito tal órbita. Necessário que os Órgãos Municipais de Turismo, se reaparelhem, tenham estrutura condizente, contem com legislação fomentadora, mão-de-obra especializada, que estejam no centro do planejamento estratégico do governo local, com políticas de curto, médio e longo prazo, onde o desenvolvimento turístico, seja uma aspiração e venha ao encontro das necessidades e anseios de toda a população. O turismo municipal não pode e não deve ficar refém ou ser usado exclusivamente para benefício individualizado. Seus resultados devem e precisam ser coletivos. Nota do Editor: Otavio Demasi (odtur@ig.com.br) é Jornalista e Consultor em Turismo.
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