Com o computador cada vez mais presente no cotidiano das famílias brasileiras, não é surpresa descobrir que, segundo dados do IBOPE/NetRatings, divulgados em março de 2007, dos 32,9 milhões de internautas que o país contabiliza, a maioria - 25% - está na faixa do 12 aos 19 anos. Mais do que isso, a mesma pesquisa indica que o domicílio, próprio ou de amigos e parentes, continua sendo a principal fonte de uso da rede. Frente a tal realidade, é inevitável que os pais se deparem com dúvidas sobre os limites da utilização da web por crianças e adolescentes. Mas, antes mesmo de definir quais regras aplicar para evitar que os usuários mirins exagerem na quantidade de horas de navegação e acabem expostos aos riscos virtuais, é preciso responder uma questão essencial: você realmente sabe o que seu filho vê e faz na Internet? Crianças e adolescentes são alvos cada vez mais freqüentes de ataques na web. Isso porque nessa fase a ingenuidade, aliada à curiosidade e ao suposto anonimato proporcionado pela rede mundial, levam os jovens a burlar regras que, para a maioria deles, seriam óbvias no mundo real: não conversar, fornecer dados pessoais (tais como número de telefone e endereço) ou marcar encontros com pessoas desconhecidas. Para evitar que o bem estar dos filhos seja ameaçado, muitos pais optam por instalar em suas máquinas os chamados filtros de acesso. A medida é válida, mas não pode e nem deve substituir o diálogo. Antes de tomar esse tipo de providência, converse com seu filho. Ele precisa entender que cabe ao pai orientá-lo sobre os perigos da internet assim como faz com outras atividades corriqueiras. As crianças e adolescentes devem entender que no meio online, assim como nas ruas, existem diversas armadilhas à segurança dele e de toda a família. Seguem algumas dicas que podem ser úteis nessa difícil tarefa: · Lugar de computador não é no quarto: manter o equipamento em uma área de circulação da casa, como a sala ou escritório, ao invés do quarto, é um fator essencial. Além de evitar que seu filho passe horas isolado na frente do micro, permite que os pais se aproximem da criança com mais facilidade e compartilhem com ela informações sobre os tipos de sites e bate-papos acessados sem que essa participação seja entendida como invasão de privacidade. · Internet é apenas mais uma opção: toda criança precisa de limites e essa regra deve ser lembrada quando o assunto é a utilização do computador, mesmo no caso de uma pesquisa escolar. É importante que os pais ensinem seus filhos a utilizar as ferramentas da web como uma entre variadas opções de lazer e educação. No caso das tarefas escolares, incentive a criança a buscar informações em livros, enciclopédias e através de conversas pessoais com pais, amigos e professores. Já no que diz respeito à diversão on-line, é essencial que as crianças observem a web como uma fonte de entretenimento que não deve substituir opções que promovem a interação pessoal e direta com os amigos no ambiente off-line. · Navegar na hora certa: negociar com a criança horários para atividades on-line é outro fator essencial. As regras devem ser debatidas para que os dois lados, de pais e filhos, dêem sua opinião e estejam de acordo. Da mesma forma que o filho deve aprender a dosar a quantidade de horas a serem gastas em frente ao computador, os pais também devem se impor limites e policiar o próprio uso exagerado da internet em seu tempo livre. · Trocar informações e aprender em conjunto sobre a Internet: uma das dicas mais valiosas para pais e filhos é aprender a compartilhar conhecimentos variados. Com a velocidade das mudanças tecnológicas e a facilidade que as crianças possuem para captar novos conhecimentos, os adultos têm muito a aprender com os mais jovens sobre o uso da Internet. Além disso, da mesma forma que os pais esperam que seus filhos não escondam o que fazem no computador, a recíproca também é válida. Apresente para o seu filho sites interessantes e não deixe de responder quando questionado sobre o que está fazendo na web - seja uma atividade de trabalho, uma simples busca pelos filmes em cartaz nos cinemas ou uma pesquisa por preços mais baixos. Nota do Editor: Cláudia Christ é coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental I do Colégio Paulista (COPI), especializada em psicopedagogia.
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