Divulgação      Betty Petersen e Carlos Rizzo.

Dessas histórias que rolam pela Internet, sempre me lembro de uma que fala de um beija-flor que, para apagar o incêndio que ocorria na floresta, pegava água no lago e carregava até o fogo. O elefante desdenhou do beija-flor: “O que você carrega de água nesse biquinho não apaga nem um palito de fósforo que dirá de um incêndio”. E o beija-flor, sem perder tempo respondeu: “pelo menos estou fazendo a minha parte”.

Já conhecia uma parte do trabalho de Betty Petersen através dos e-mails que trocamos no último ano e, conhecê-la pessoalmente durante o Avistar Brasil foi uma agradável surpresa.

Betty Petersen e Elissa Lavoie são as coordenadoras do programa Birders Exchange (BEX) mantido pela American Birding Association.

No Avistar, durante a sua palestra, Betty contou como surgiu o BEX. Em 1990, num chá da tarde, as duas conversaram sobre o que poderiam fazer para incentivar a observação de aves e conseqüentemente a conservação da natureza nos países em desenvolvimento. A idéia do BEX é muito simples. No mundo todo têm observadores que compram novos equipamentos e guardam, muitas vezes sem razão, seus equipamentos antigos. Através do BEX esses observadores podem doar seus equipamentos antigos, mesmo danificados, que eles serão revisados e destinados a grupos ou observadores antecipadamente cadastrados pelo programa. Desta maneira já foram atendidos mais de 500 grupos em 30 países.

Uma idéia simples surgida durante o chá de duas senhoras que se recusaram a cruzar os braços depois da aposentadoria, que reconhecendo seus limites, fazem a parte que lhes cabe na construção de um mundo melhor.

E estão construindo, laço a laço, de abraço em abraço, uma grande rede mundial de amizade e colaboração. Ubatuba é prova disso.