Um isotônico natural, à base de acerola e caju, foi desenvolvido pela Embrapa Agroindústria de Alimentos, unidade de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), sediada no Rio de Janeiro, em parceria com a Universidade de Campinas (Unicamp). A pesquisadora Virginia Martins da Matta, líder do projeto na Embrapa Agroindústria de Alimentos, explica que o novo produto é mais saudável do que os sucos sintéticos comercializados atualmente. Trata-se, segundo ela, de um repositor feito à base de frutas naturais que apresentam alto teor de vitamina C, da ordem de 300 miligramas por 100 gramas. O teor recomendado normalmente por pessoa é de 90 miligramas por 100 gramas, disse Virginia da Matta. Tanto o isotônico comercial como o produto da Embrapa têm a mesma função, que é repor os sais (cloreto de sódio e outros) perdidos durante a atividade física. “Esses sais são importantes para o nosso equilíbrio e são perdidos pelo suor. Então, para não correr o risco de desidratar, a gente precisa repor os sais. O atleta está mais sujeito a isso porque perde muita água. Junto com a água vão os sais”, explica ela. Segundo a pesquisadora, os repositores que estão no mercado contêm água, substâncias químicas, aroma artificial de fruta e corante. “Esse é o repositor tradicional. O que a gente desenvolveu não tem nada disso. Na verdade, nós temos a mistura de sucos de frutas (acerola e caju) e a quantidade de sais adicionada para que ele tenha essa função de repor sais”, explica ela. “Ele é mais saudável por isso. Tem os antioxidantes, as vitaminas que têm as frutas.” A fabricação do produto utiliza a tecnologia de membrana, ou de microfiltração, que mantém as características sensoriais e nutricionais da bebida. “A aparência de um suco clarificado é muito similar à de um isotônico comercial”. Testes preliminares de pré-viabilidade econômica já foram realizados na indústria e revelam que a taxa de retorno é atrativa para o mercado, segundo ela. A Embrapa quer estabelecer parcerias para transferir a tecnologia relativa à fabricação do isotônico à iniciativa privada.
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