O mito de que as formigas são amigáveis e limpas prejudica o controle a essa praga que pode acarretar perigos à saúde
As formigas são amigáveis, bonitinhas, pequenas, não fazem mal. Podem até ajudar a manter a limpeza nas áreas onde estão instaladas. Puro mito! As formigas domésticas são tão ou mais perigosas para a saúde como as baratas. O problema é cultural: elas não causam o mesmo asco e temor, porque são pequenas e não têm aspecto nojento. No entanto, elas têm a mesma capacidade de contaminar alimentos e ambientes com agentes patogênicos que as baratas e são ainda mais difíceis de serem eliminadas. "As formigas passam por lugares contaminados, como lixo e esgoto. Por isso são vetores mecânicos de organismos patogênicos encontrados nesses locais, que podem acarretar doenças diversas, principalmente as relacionadas com problemas gastrointestinais, como diarréia e vômito", explica Sérgio Bocalini, diretor executivo da Associação Paulista dos Controladores de Vetores e Pragas Urbanas (APRAG). A entidade está desenvolvendo um trabalho de esclarecimento sobre as infestações de formigas com o objetivo de alertar os consumidores. "Se uma pessoa vê uma barata em um bolo, ela vai jogar fora o alimento e vai procurar descobrir se há uma infestação. Já se encontrar um bolo cheio de formiga, em geral, apenas tira o inseto ou corta a parte onde ele estava e não se preocupa com o risco de contaminação nem de infestação. É uma questão cultural", ressalta o especialista. Segundo ele, trata-se de um problema real em residências, restaurantes e lanchonetes, e ainda mais grave em hospitais e clínicas. Fatores de proliferação As formigas se proliferam e atingem a infestação de um ambiente quando encontram: · disponibilidade de alimentos - restos, lixo e até resíduos nas mesas; · abrigo - paredes com tijolos vazados, brechas na construção e equipamentos eletrônicos (principalmente televisores e computadores); · acesso - vãos estruturais, frestas, janelas. Como as formigas são pequenas elas têm muita mobilidade e facilidade para se instalar, ajudadas ainda pelo fato de que as pessoas não têm nojo e, por isso, não se preocupam em controlar um início de infestação. Formas de controle A principal forma de controle é a prevenção. A manutenção de um ambiente sempre limpo e a eliminação de pontos de entrada ou de abrigo são as melhores armas contra as formigas. Quando se observa uma infestação, o primeiro passo deve ser procurar ajuda de uma empresa especializada. "O controle caseiro não vai resolver e pode agravar a situação", alerta Bocalini. Existe uma grande variedade de espécies de formigas domésticas e se o controle não for feito de forma eficiente, pode acarretar uma multiplicação dos ninhos. "Um dos erros mais comuns é fazer a pulverização com inseticida. Algumas formigas vão morrer. No entanto, outras vão perceber a presença do produto e avisarão para a comunidade que, em resposta, fragmentará a colônia, fazendo surgir novos formigueiros em outros locais. Ou seja, ao invés de ter um ninho, a casa passa a ter vários. Por isso, na maior parte dos casos, usa-se a aplicação de gel", afirma o diretor da APRAG. O gel é levado para o ninho como alimento e provoca a eliminação de toda a comunidade. Um especialista fará, primeiro, um diagnóstico da situação, identificando as espécies existentes no ambiente e a melhor forma de combater. "É muito importante que o consumidor escolha uma empresa com Alvará de Funcionamento expedido pelo Centro de Vigilância Sanitária, com equipes capacitadas e um técnico responsável com formação especializada", diz Bocalini. A APRAG pode confirmar as informações e a situação legal da empresa, através do site www.aprag.org.br ou pelo telefone (0**11) 5563-5258.
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