| CAR | | | | Thalurania glaucopis. |
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Alguns chegam a afirmar que os beija-flores não têm cores. Às vezes dá para acreditar, principalmente se depois de anos tentando fotografar a cor que os olhos vêem e se frustrar a cada tentativa. Dizem que na verdade a cor que vemos é a cor da luz prismada pelo metálico das penas. Algo parecido com o prisma do óleo sobre a água. O nome comum desta espécie é beija-flor-de-fronte-violeta, Thalurania glaucopis. Conseguir o registro da cor do nome é próximo de uma façanha para qualquer fotógrafo, para mim, um mero aprendiz da arte da luz, é um grande prêmio. Do mesmo jeito é com o nosso pequeno beija-flor-do-tufinho-verde, Lophornis chalybeus. O verde luminoso do tufinho no alto da cabeça é tão momentâneo, tão fugaz, que poucos fotógrafos conseguem captá-lo. A grande maioria dos beija-flores tem luzes metálicas nas mais incríveis cores. Temos em Ubatuba algumas espécies que não tem este brilho, os mais famosos são o Sombre Hummingbird ou Aphantochoroa cirrochloris e o beija-flor-rajado o Ramphodon naevius que na mata é o nosso maior beija-flor. O nome do primeiro já diz, sombre, sua cor cinza dá aparência de sem graça, mas ele é muito valorizado pelos observadores. O R. naevius se destaca pelo tamanho, pelo canto, pelos desenhos e cores. Cores que realmente vemos e podemos fotografar. Por falar em tamanho, enquanto o L. chalybeus mede seus 7 cm, quando muito, o R. naevius mede seus 17 cm. Só para dar uma idéia de tamanhos, aquele beija-flor de rabo de tesoura que é comum encontrar na cidade mede 18 cm. As medidas das aves são feitas da ponta do bico à ponta do rabo. Se o tesoura ostenta um belo dum rabo o rajado não economiza no tamanho do bico.
Nota do Editor: Carlos Augusto Rizzo mora em Ubatuba desde 1980, sendo marceneiro e escritor. Como escritor, publicou "Vocabulário Tupi-guarani", "O Falar Caiçara" em parceria com João Barreto e "Checklist to Birdwatching". Montou uma pequena editora que vem publicando suas obras e as de outros autores.
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