Pequenos projetos realizados nos municípios podem oferecer alternativas de lazer para a população, principalmente a jovem, e ajudar a reduzir o consumo de bebidas alcoólicas. O financiamento dessas propostas estão entre as diretrizes da Política Nacional sobre o Álcool, proposta que está em análise na Casa Civil e pode ser publicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana. De acordo com a diretora de Prevenção e Tratamento da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), Paulina Duarte, a idéia do governo federal é lançar editais públicos para prefeituras e organizações da sociedade. O programa do governo, segundo ela, quer envolver conselhos comunitários como os antidrogas, saúde e educação, por exemplo. Para exemplificar a estratégia de incentivo à pequenos projetos, Duarte cita a abertura de escolas durante os finais de semana. "Nestas iniciativas o governo financiaria o pagamento de monitores, estagiários de educação física ou professores, que acompanhariam os jovens na prática de esportes e atividades de lazer". Os projetos, informa a diretora da Senad, serão pagos com recursos do Fundo Nacional Antidrogas e do Fundo Nacional de Segurança Pública. Ainda para articular medidas municipais, a Política Nacional sobre o Álcool quer incentivar a fiscalização dos pontos de vendas de bebidas como postos de gasolina e supermercados, que só podem comercializar os produtos até um determinado horário. A fiscalização da venda para menores também deve ter mais atenção dos governos. "As estatísticas nos mostram que crianças e adolescentes são vítimas de acidentes ou de envolvimento em situações de violência por conta do uso de bebidas, circunstâncias que poderiam ser evitadas com a aplicação do ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente] - que proíbe à comercialização de bebidas para menores", esclareceu Duarte. Em 2005, uma pesquisa realizada pela Senad nas 108 maiores cidades do país mostrou que 74,6% dos mais de sete mil entrevistados já consumiram álcool, índice maior que o verificado em estudo semelhante em 2001, quando o valor era 68,7%.
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