Conselho de Farmácia pede que controle dos "tarja preta" seja estendido a outros medicamentos perigosos
O presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Jaldo de Souza Santos, elogiou o novo sistema de controle da venda de remédios tarja preta, lançado pelo governo semana passada. Em entrevista à Rádio Nacional, Santos recomendou, ainda, a extensão das medidas de controle da venda para quaisquer outros medicamentos que possam trazer riscos à saúde, além dos tarja preta. Anvisa já anunciou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados. Até abril de 2008, terão que se integrar ao sistema todas as farmácias que quiserem permanecer vendendo remédios de tarja preta, ou seja, de uso controlado, uma vez que podem trazer riscos à saúde e dependência se forem mal administrados. O novo sistema dará controle informatizado às vendas. Hoje, o controle é manual. “Nós batemos palma para a Anvisa exatamente por esse trabalho. Não somente o medicamento deve ser controlado, o medicamento de controle especial, medicamento psicotrópico de tarja preta, mas também todos os medicamentos que pudessem trazer malefícios ao organismo”, afirmou Santos. Segundo ele, apesar do controle que vêm sendo realizado pela Anvisa, ainda existem medicamentos que são vendidos aleatoriamente pelas farmácias, sem a receita médica. Ele também sugere que deveria existir maior controle por causa da venda de remédios pirateados, vindos principalmente do Sul do país. "Nós estamos no auge da pirataria de medicamento aqui no país, já causando uma certa preocupação ao Ministério da Justiça." Além disso, o presidente do conselho cita o problema da falta de condições de trabalho dos inspetores. De acordo com Santos, há poucos inspetores e muitas vezes eles não têm veículos, nem combustível e enfrentam dificuldades financeiras para trabalhar. “Grande parte dos inspetores não são farmacêuticos, não entendem nada do medicamento. Portanto, a Anvisa deverá iniciar um trabalho agora, de escolaridade desse pessoal. Ensiná-los como trabalhar”, explica. O Conselho de Farmácia também irá colaborar com a instrução dos fiscais. Santos afirmou que o CFF vai colocar seus funcionários para ensinar e providenciar cursos para que os fiscais, tanto da Vigilância Sanitária quanto dos conselhos, aprendam a fazer a inspeção. Segundo o CFF, existem no Brasil cerca de 60 mil farmácias e drogarias. O conselho calcula que haja um fiscal para cada dez ou 15 farmácias no país.
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