23/11/2024  14h12
· Guia 2024     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
COLUNISTA
Carlos Rizzo
03/04/2007 - 06h15
Não vi o branco da calcinha dela!
 
 
 
Reprodução 
  Rota migratória, imagem do livro Aves brasileiras, de Johan Dalgas Frisch.

Posso até estar errado, mas muito mais por admiração do que por fato comprovado, as andorinhas são as maiores aves migratórias. Atravessam mares e continentes como nos conduzimos ao nosso local de trabalho. Voar para as andorinhas é como respirar, seu vôo é tido como o de menor esforço e já no primeiro vôo é capaz de voar por 24 horas ininterruptas.

A primeira vez que vi o espetáculo das andorinhas migratórias dos Estados Unidos foi em 1965 na cidade de São José do Rio Preto, SP. Eram nuvens de andorinhas que escureciam o dia e elas dormiam numa praça da cidade que se tornava impossível passar por ali sem levar várias carimbadas. Naquela época eu não sabia, mas elas estavam sendo objeto de estudo. O ornitólogo brasileiro Dalgas Frisch, com ajuda da NASA inclusive, iniciava um estudo que comprovou que as andorinhas daquele interior de São Paulo vinham dos estados do Kansas e Missouri na América do Norte. Estima-se que perto de seis milhões de indivíduos voam 10 mil quilômetros e em sua estada no Brasil consomem perto de um trilhão de insetos. Cada uma consome dois mil insetos por dia representando um fator importante no equilíbrio do ambiente. Aquela é a andorinha-azul ou a Progne subis que por muitos anos foi confundida com a nossa Progne chalybea que depois de dois anos de vida perde o azul total e adquire algumas manchas brancas. As duas são pequenas e é comum encontrá-las zinzilulando nos fios elétricos. Se a Progne subis é uma migratória transcontinental, a nossa Progne chalybea migra pela América do Sul do mesmo jeito que os andorinhões que dormem na Câmara Municipal, estes são de outro gênero, são Cypseloides fumigatus e migram pelo litoral do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul.

Mas Ubatuba é diferente, temos uma andorinha que é só nossa e é justamente a andorinha-de-calcinha-branca ou a Neochelidon tibialis, ela é endêmica, visível no verão que mais uma vez passou sem que eu visse o branco da calcinha dela.

Se você pensa que uma andorinha não faz o verão, está correto, em Ubatuba são oito espécies de andorinhas e cinco espécies diferentes de andorinhão a fazer o nosso verão.

Para mim é muito difícil falar pouco sobre as andorinhas, aprendi a admirá-las desde cedo e o branco da calcinha de uma delas só fez aumentar meu interesse.

Deixa estar, no próximo verão vou conseguir.


Nota do Editor: Carlos Augusto Rizzo mora em Ubatuba desde 1980, sendo marceneiro e escritor. Como escritor, publicou "Vocabulário Tupi-guarani", "O Falar Caiçara" em parceria com João Barreto e "Checklist to Birdwatching". Montou uma pequena editora que vem publicando suas obras e as de outros autores.
PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "UBATUBA"Índice das publicações sobre "UBATUBA"
30/12/2022 - 05h40 Biblioteca de Ubatuba reabre em janeiro
29/12/2022 - 06h34 3ª etapa do Circuito Filipe Toledo Kids On Fire
28/12/2022 - 06h42 Assistência Social divulga campanha em Ubatuba
27/12/2022 - 07h39 E nas areias de Ubatuba... (CDXLIX)
27/12/2022 - 07h37 Inscrições para estágio na Prefeitura de Ubatuba
26/12/2022 - 07h47 IPTU 2023 em Ubatuba
ÚLTIMAS DA COLUNA "CARLOS RIZZO"Índice da coluna "Carlos Rizzo"
12/01/2009 - 11h01 Curso de observação de aves a distância
10/01/2009 - 08h14 Ainda 2008
29/12/2008 - 14h17 Aves de Ubatuba em destaque
27/12/2008 - 09h27 Lançamento de mini-guia das aves
25/12/2008 - 09h00 Do gugu-dada a Pavarotti
23/12/2008 - 14h37 Cadê a vaca?
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2024, UbaWeb. Direitos Reservados.