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19/07/2004 - 09h00
Sociólogo conta história de Pai Agenor
Norma Nery - ABr
 

O sociólogo e professor de mestrado e graduação de Teoria da Cultura e dos Meios Comunicação, da Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ), Muniz Sodré, escreveu um livro sobre Pai Agenor, o professor e líder de candomblé Agenor Miranda Rocha, intitulado "Um Vento Sagrado", que virou filme de 1h30, com o mesmo nome.

Como "filho espiritual", conforme explicou. Muniz Sodré participou da cerimônia de despedida do Pai Agenor, que morreu dia 16, aos 96 anos, e foi cremado dia 18 no Cemitério do Caju, Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Muniz conta que teve a sua confirmação em 1977, por Mãe Estela, no terreiro Axé Opô Afonjá, em Salvador, como Obá e sucessor de Camafeu de Oxóssi, e desde então foi acompanhado por Pai Agenor.

Toda terça-feira, com a professora Raquel Paiva, passava a tarde na casa do Engenho Novo, conversando com o líder religioso, e participava de obrigações em outros dias. Segundo o sociólogo, Pai Agenor era o grande adivinho e babalaô da tradição negra, apesar de não ser negro, e fez o jogo que escolheu Mãe Estela de Oxóssi na sucessão das mães de santo, como herdeira do Axé. "Para nós todos é uma perda enorme, um saber e uma vidência que não se transfere", garantiu.

Outro seguidor do falecido, Wanderley de Xangô, aprendeu a jogar búzios com Pai Agenor e teve seu orixá determinado por ele, que era amigo de sua bisavó, Amanda de Homolu, em Salvador. Além da ligação familiar, Wanderley disse que o líder determinou muitos procedimentos na religião e lamentou a perda da pessoa e do "dom que ele tinha, que era determinado por Deus".

Muito emocionada, a atriz Camila Amado, contou que seu tio, Jorge Amado, dizia que quando Agenor pisava na Bahia todos os terreiros tocavam atabaque. Ela disse ainda que sua mãe, a educadora Henriette Amado, conversava muito com Agenor Miranda, quando ele era professor no Instituto de Educação. "Ele era um sábio, um gênio, cheio de bondade e, sobretudo, sem demagogia, sem cobrar um tostão de ninguém e sempre alegre por estar vivo", contou.

Camila disse que Mãe Menininha só jogava Búzios com Pai Agenor e destacou que, numa escolha de sucessão de mãe de santo, estavam todas as pretendentes muito bem paramentadas e sentadas à mesa, quando ele perguntou depois de jogar os Búzios: "Onde está Creuza? E aí disseram que ela era servente e estava varrendo uma escola. E ele disse; - pois é, ela é que vai ser a Mãe de Santo do terreiro".

Luís de Homolu relaciona a morte de Pai Agenor ao choque sofrido por ele com a perda recente de Mãe Cantu, em Salvador, a quem ele era muito ligado. "Ontem fez sete dias do axexê dela e, ele morreu". Luis disse é uma grande perda de uma pessoa especial, que dava conselhos e confortava a todos, atendendo até 30 pessoas por dia, apesar da idade.

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