Dar instrumentos para que a população possa fazer pressão legítima nas discussões sobre a reforma política. Essa foi a intenção da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) ao lançar dia 28, em Brasília, uma cartilha que explica aos cidadãos termos como voto em lista, fidelidade partidária, voto distrital e outros. Para o presidente da AMB, Rodrigo Collaço, as pessoas anseiam pela reforma política, mas falta conhecimento sobre como seria e o que fazer para que se concretize. Em entrevista ao programa Revista Brasil da Rádio Nacional, ele disse que no ano passado percorreu o país com a campanha Eleições Limpas e durante os debates políticos percebeu que as pessoas são favoráveis à reforma política, mas não têm total conhecimento do assunto. "Ao conversar com as pessoas sobre alguns termos percebemos que a grande maioria das pessoas desconhecia o significado de alguns termos e as suas conseqüências políticas. Por isso estamos lançando essa campanha educativa com uma linguagem bem simples para esclarecer o cidadão”, disse Collaço. Ele ressalta que a pressão popular é essencial para que as mudanças ocorram, já que a tendência dos parlamentares eleitos pelo sistema atual é se acomodar. “Em algumas enquetes de rua que fizemos, pessoas responderam que reforma política seria trocar os políticos atuais por outros. Então é importante qualificar a população através da informação para quando o deputado fizer contato com a sua base, ele perceba o desejo concreto do cidadão para que ocorram mudanças”. Collaço considerou positivo o fato de o presidente da Câmara ter incluído na pauta todos os projetos de reforma política que tramitam na Casa, pois força o debate do tema. Segundo ele, por esse motivo a cartilha também estará disponível para os parlamentares. Sobre a possível falta de tempo para que a atual legislatura faça as mudanças em tempo hábil para entrarem em vigor já no próximo pleito, em 2008, o presidente da AMB destacou que, em qualquer tempo que as reformas entrem em vigor, ainda assim o Brasil terá benefícios. Na avaliação de Collaço, é muito difícil que seja feita de uma só vez e de forma completa. “Se tratarmos do financiamento público de campanha, da fidelidade partidária, decidirmos sobre o voto distrital e voto em lista, esses quatro pontos já são suficientes para mudarmos totalmente o sistema eleitoral no nosso país, ainda que de forma fragmentada”. Na primeira edição da cartilha foram impressos 200 mil exemplares, que serão distribuídos gratuitamente às instituições interessadas. O pedido pode ser feito através da internet, no endereço www.amb.com.br. O texto integral da cartilha está disponível no mesmo endereço.
|