Vinho: aprenda como comprar, armazenar e servir.
Durante o inverno, o brasileiro tende a deixar a cerveja de lado e consumir mais vinhos. E, em se tratando dessa nobre bebida, é preciso tomar alguns cuidados para não quebrar o ritual e transformar a experiência com vinhos num pesadelo. São apenas algumas dicas que servirão para fazer do leitor não um expert, mas alguém com "noções de sobrevivência" nessa arte. Você sabia que o primeiro a provar o vinho é o anfitrião? E no restaurante, o vinho é experimentado por aquele que escolheu? Que a taça ideal necessita de hastes altas para que possamos segurá-la sem deixar marcas no copo ou aquecê-lo? Esses e outros conselhos podem facilitar a vida de quem não quer fazer feio num restaurante ou em casa, ou de quem quer impressionar seu par. Segundo Everson Luiz, sommelier da vinícola portuguesa Almeida Garrett - que acaba de chegar ao Brasil trazendo sete tipos de vinho - algumas questões básicas devem ser pontuadas para auxiliar o iniciante. São elas: como escolher e comprar um vinho; como armazenar e, posteriormente, servir esse vinho. "São dicas que podem parecer óbvias, mas que ajudarão o neófito a não cometer desatinos do tipo comprar um vinho sem antes examinar a garrafa contra uma fonte de luz (que não seja fria) para encontrar sinais de oxidação. Além disso, é sempre bom observar se o nível do líquido não está abaixo do normal e se a rolha apresenta boas condições. Qualquer um poderá tomar essas precauções antes de levar um produto ruim para casa", afirma Everson. Comprar seu vinho em locais que ofereçam variedade de rótulos e que tenham boa rotatividade de estoque é outra sugestão do sommelier. "O vinhos adquiridos diretamente de importadoras também oferecem garantia de qualidade na conservação, além de um bom preço", aconselha. Para Everson Luiz, em caso de dúvida ao escolher entre duas garrafas, prefira a de safra mais recente, principalmente se o vinho for branco. GUARDE COM CUIDADO Depois de tomar essas precauções ao comprar o produto, não basta chegar em casa e largar as garrafas de qualquer jeito. Algumas regras devem ser seguidas para o melhor armazenamento de seus vinhos, sob pena do produto se deteriorar com o tempo. Everson explica que, se não houver uma adega climatizada para manter os vinhos em condições ideais, guarde-os num lugar de sua casa que seja fresco, arejado, escuro e com pouca variação de temperatura. "Coloque as garrafas deitadas para as rolhas não ressecarem e, conseqüentemente, deixarem entrar oxigênio, o que oxidará o vinho. Os brancos são dispostos na parte inferior e os tintos, na superior, pois resistem melhor às temperaturas mais altas." O sommelier ensina ainda a manter fichas de controle e anotações sobre os vinhos do tipo data da compra, preço, quantidade de garrafas, previsão se consumos, acompanhamentos etc. SERVIÇO NOTA DEZ Depois de abrir a garrafa, em apenas dois casos faz-se a decantação: nos vinhos tintos de guarda que estiverem na garrafa por muitos anos e que apresentam borra e nos tintos jovens, que se beneficiam da aeração que ocorre durante o trajeto do vinho, da garrafa para o decanter. "Depois de decantado, deve-se colocar a garrafa vazia ao lado do decanter para que se identifique o vinho que será bebido", explica Everson Luiz. Segundo ele, a escolha do copo é fundamental para o bom serviço do vinho. O copo só deve ser cheio até a metade para que a parte superior fique plena de ar, o que contribui muito para a apreciação olfativa. De bom tamanho, o copo deve ser incolor, liso, de fina espessura e com paredes curvas e bordas fechadas. E, finalmente, a ordem do serviço também deverá seguir algumas regrinhas: os vinhos secos serão servidos antes dos suaves. Os brancos antes dos tintos e os brancos jovens antes dos brancos maduros. Os tintos jovens, por sua vez, chegarão antes dos tintos envelhecidos e os vinhos ligeiros antes dos encorpados. OS VINHOS Produzidos na região da Beira, em Portugal, a Casa Almeida Garrett chegou ao Brasil com cinco de seus maiores sucessos: o Chardonnay Reserva 2001, considerado um dos melhores brancos portugueses pela publicação lusa Revista de Vinhos; o Chardonnay 2001 e os tintos Touriga Nacional 2000, Entre Serras 2001 e Blend 2001. Segundo José Alberto de Almeida Garrett, administrador da vinícola, esses vinhos possuem características como uma fruta fresca e madura bem casada com a madeira e uma acidez e taninos que tanto permitem um consumo imediato como um envelhecimento em cave. "Por estas razões e pela excelente relação custo-benefício de cada um é que os escolhemos para exportação", conta. Além do Brasil, a casa exporta para a Alemanha, Bélgica, Luxemburgo, Noruega, Dinamarca, Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos.
|