As estâncias são mundialmente classificadas como: balneárias, climáticas e hidrominerais. Em São Paulo, foi criada mais uma categoria; a turística. Dê há muito é consignado na Constituição paulista capítulo específico dotando tais cidades com verba, visando atender as necessidades criadas por demanda de turistas, que nas épocas de maior demanda, chegam a ultrapassar e em muito os habitantes fixos. O FUMEST - Fundo de Melhoria e Urbanização das Estâncias e atualmente o DADE - Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias é o organismo que hoje repassa as verbas consignadas a tais cidades. As hidrominerais; dotadas de águas medicinais, requerem uma política pública de desenvolvimento. As climáticas; devem assegurar aos moradores e turistas um clima saudável e puro, por tanto a industrialização se torna impossível, devido a poluição ambiental. As balneárias, banhadas pelo mar, sofrem de há muito com a falta de uma urbanização característica, a altíssima especulação imobiliária, crescimento desordenado, poluição, barulho, falta de saneamento, balneabilidade das águas do mar impróprias e têm em outras atividades econômicas - porto - sem clímax de interesse. As estâncias turísticas, criadas com uma legislação específica são cidades que por motivação específica tipo - religiosidade/água quente/parques florestais/conjunto expressivo de cavernas/patrimônio histórico, entre outros, recebem fluxos contínuos de turistas. Estaria tudo certo se com a entrada de mais de 40 dessas estâncias, a aprovação cabe à Assembléia Legislativa, são 67 hoje, o conceito de concessão de verbas passou exclusivamente para o de realização de obras. É sabido que as estâncias hidrominerais, necessitam de balneário, pessoal especializado pois atua em áreas como a crenoclimatologia, crenoterapia, hidrotermalismo, hidrogeologia, hidráulica, instituto médico de urologia e dermatologia. As balneárias, com a geoterapia (lamas medicinais), talossoterapia, necessitando possuir laboratórios como de análises clínicas, bioquímicas de hidrologia experimental etc. As climáticas observatório meteorológico, laboratório para estudo do clima. Em todas deve ser incentivado a criação de praças esportivas, parques, lagos, reflorestamento, abertura de trilhas, aproveitamento dos cursos d’água, estação experimental agrícola, fruticultura, vinicultura, horticultura, artesanato, museu, teatro, piscicultura e outras "obras". Do FUMEST ao DADE houve um enorme retrocesso. Tais comunidades devem sensibilizar a Câmara Municipal, Entidades, Associações, o "trade" turístico e exigir mudança de tal filosofia, pois as cidades turísticas precisam de "obras" que gerem oportunidades, negócios, turistas o ano todo, através de marketing agressivo, melhoria de qualidade do receptivo, sinalização de seus atrativos, roteiros variados, formação e reciclagem da mão-de-obra local, incremento a eventos formadores de fluxos, implantação de estatísticas contínuas, realização de estudos científicos entre outros. Pressionar também os deputados estaduais para mudarem a legislação. Nota do Editor: Otavio Demasi (odtur@ig.com.br) é Jornalista e Consultor em Turismo.
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