Falar de turismo no Ceará é também falar de música e humor. A mais ouvida é o forró. E, os shows de maior sucesso são os dos humoristas locais, que cultivam uma tradição do Ceará: a de ser o berço dos maiores humoristas do país. São desconhecidos do resto do Brasil, mas com popularidade em Fortaleza. Pessoas como Rossicléa e Lailtinho, Otilia e Zuleica fazem história na cidade. "Aqui todo mundo é meio Chico Anísio, meio Renato Aragão", diz o garçom Eduardo, que trocou São Paulo por Fortaleza, e já se considera um cidadão da cidade. É ele que aponta orgulhoso, na praia de Iracema, a menina dos olhos dos agitadores culturais da cidade: o Centro Cultural Dragão do Mar, um complexo de espaços multimídia na ponta da praia de Iracema. A arquitetura, que mistura uma cúpula clássica com linhas retas em altas colunas, dá ao conjunto uma aparência única, meio estranha, que fascina os turistas. O nome, Dragão do Mar, homenageia Chico da Matilde, um jangadeiro mulato que viveu no século XIX e participou da luta abolicionista no Ceará, comandando ataques contra os navios negreiros. Desde a inauguração, em 1999, o Centro Cultural Dragão do Mar tornou-se a mais importante referência cultural da cidade. Ali, toda noite, podem acontecer vários eventos ao mesmo tempo, desde uma exposição de arte contemporânea até um concerto de música barroca. Sem falar nas mostras de cinema e vídeo, espetáculos de teatro e dança. Os ingressos podem custar até R$ 1, o que garante platéias sempre cheias e animadas e prova que, afinal, nem só de forró, artesanato ou cordel vive o turismo cearense.
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