15/11/2025  03h13
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Brasil
09/07/2004 - 12h46
Criatividade nos trabalhos em penitenciária
Luciana Vasconcelos - ABr
 
 
Roosewelt Pinheiro / Abr 
  Presos trabalham na penitenciária da Papuda, em Brasília.

José Aparecido Ferreira, ou Zezinho, como é conhecido, tem 34 anos e há cinco está preso em Brasília. O tempo ocioso abriu espaço para a criatividade. Ele participou de um dia de curso, ministrado por instrutores do Paraná, sobre como fazer cadeiras de rodas utilizando bicicletas velhas. Gostou da idéia, mas achou que a cadeira apresentada não era muito boa e começou a pensar como mudar. "Achei um pouco grosseira, quis aprimorar mais e dar um entendimento melhor. Porque você tem sempre que melhorar a vida do deficiente", disse. Pensou, trabalhou e conseguiu criar um modelo de cadeira de rodas mais leve, prático e adaptável a deficientes.

Durante o dia, Zezinho trabalha na oficina de mecânica e funilaria da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap) do Distrito Federal. Chegou a passar no vestibular da Universidade Católica para Psicologia, só que não pôde cursar, porque está em regime fechado. Mas não desanima e agora planeja fazer nova prova, desta vez para Física. "Ociosidade não é bom. Leva a pensar besteira", afirmou.

Assim como Zezinho, outros detentos têm direito de trabalhar. A lei que trata das execuções penais de condenados por crimes e delitos no país prevê ações voltadas para a recuperação e ressocialização dos presos, com ações educativas e de capacitação no trabalho.

Apesar disso, o sistema carcerário caracteriza-se por forte ociosidade no seu cotidiano, segundo relatório do Centro de Justiça Global sobre os "Direitos Humanos no Brasil em 2003", divulgado em maio. O trabalho, apesar de ser um direito previsto em lei, também é precário, diz o documento. Só para se ter uma idéia, no Rio de Janeiro, apenas 1,9% dos presos estão trabalhando. De acordo com o relatório, a cadeia acaba sendo um espaço de punição, exclusão e materialização da criminalização da pobreza.

No Distrito Federal, em 2003, 408 detentos estavam trabalhando em uma das oficinas da Funap. Carlos Augusto, de 35 anos, é outro deles, que há cinco anos está na padaria do presídio. "O trabalho é bom. É uma terapia para a mente", afirma. "Além de ser remunerado, consigo ajudar a família e vou sair com uma profissão", disse.

Francisco Raimundo Rodrigues, de 46 anos, também está feliz com seu trabalho na padaria. "Antes era autônomo, agora tenho uma profissão. Isso é muito importante para mim e meus companheiros", ressalta. A padaria produz 10 mil pães por dia. Com o trabalho, o detento consegue remissão da pena, e parte do dinheiro que ganha vai para familiares. Na Papuda, também há oficinas de costura industrial, mecânica, funilaria, marcenaria e produção de bolas e redes.

O diretor de comercialização e produção da Funap, George Ferreira, disse que a intenção é atender cada vez mais detentos. "Os internos demonstram ser muito importante a formação profissional. Queremos oferecer suporte para que, lá fora, eles não voltem para a criminalidade", acrescentou.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "BRASIL"Índice das publicações sobre "BRASIL"
29/12/2022 - 06h32 Mega da Virada: prêmio será de R$ 500 milhões
28/12/2022 - 06h40 PF anuncia normalização na emissão de passaportes
23/12/2022 - 06h00 Pix bate recorde de transações em um dia
21/12/2022 - 06h10 Expediente bancário neste final de ano
18/12/2022 - 05h43 Escola Politécnica da UFRJ comemora 230 anos
14/12/2022 - 05h14 Salário mínimo sobe para R$ 1.302 em 1º de janeiro
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.