Porto Príncipe - Além da colaboração na manutenção da segurança e da paz nas cidades haitianas, autoridades locais esperam agora que o Brasil e outros países participantes da missão de paz da Organização das Nações Unidas se comprometam com o auxílio na reestruturação econômica do país. "O fundamental para garantir a estabilidade no Haiti e o combate a miséria, de outro jeito não vai haver segurança", disse ontem o primeiro-ministro haitiano Gerard Latortue aos ministros da Defesa brasileiro, José Viegas, chileno, Michelli Jeria, e uruguaio, Yamandu Fau, que o visitaram na tarde de ontem em seu gabinete de trabalho. A reunião faz parte da visita oficial dos ministros ao país para passar em revista as tropas de seus respectivos paises que participam da Missão de Paz da ONU, coordenada pelo Brasil. O atual objetivo da missão é o de colaborar na manutenção da ordem e da segurança no país, abalado por conflitos até fevereiro, quando rebeldes depuseram o então presidente Jean-Bertrand Aristide. Latortue disse que felicitou a ONU e a Organização dos Estados Americanos pela escolha do Brasil para liderar a missão de paz no Haiti. "Adoramos o Brasil, os brasileiros, seu futebol e seus jogadores. O país para quando seu time joga", disse ele ontem na reunião com Viegas. Segundo o primeiro ministro, o país espera colaboração na implantação de agroindústrias e no incremento do turismo, além de ter interesse nos medicamentos genéricos brasileiros. O PIB haitiano decresceu nos últimos anos. Um dos fatores foi a suspensão de ajudas de organismos internacionais patrocinada por paises ricos como os EUA, em retaliação a suposta fraude nas eleições de 2000. O desemprego atinge 80% da população, o analfabetismo, 48%, a expectativa de vida pouco passa de 50 anos. O PIB chega a 3,6 bi US, segundo dados do Banco Mundial. É o país mais pobre do hemisfério ocidental.
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