O consumidor brasileiro poderá comprar carne de porco em cortes como filé, picanha e alcatra, além dos tradicionais lombo e pernil. Ao todo, serão mais de 50 novos tipos de cortes - magros, de forno, universais, para churrasco, entre outros -, já disponíveis em redes de supermercados de São Paulo e Brasília. No próximo mês, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Criadores Suínos (ABCS), Rubens Valentini, esses cortes chegarão aos supermercados de todo o país, dentro da campanha Um olhar sobre a carne suína, que tem o apoio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A campanha prevê a distribuição, nos supermercados, de publicação com 27 receitas e informações nutricionais sobre a carne de porco. Entre estas, a de que ela contém menor quantidade de gordura saturada que as carnes bovina e de frango. Segundo Valentini, os novos cortes deixarão a carne mais atraente para consumidor: "Normalmente são exposto nos supermercados pedaços muitos grandes da carne, ainda por cima congelados, sem a retirada da camada de gordura. Isso dá a impressão de que a carne é pouco saudável, o que não é verdade". O objetivo da campanha, acrescentou, é aumentar o consumo da carne de porco no país, que é de 12 quilos ao ano por pessoa. Desse total, 9 quilos são consumidos na forma de embutidos (presunto, salsicha e lingüiça). Valentini lembrou que na Áustria o consumo anual é de 76 quilos por pessoa e no Paraguai, de 30 quilos. De acordo com o secretário Nacional de Comércio e Serviços do ministério, Edson Lupatini, o baixo consumo da carne de porco in natura no país também se deve a um preconceito por parte da população. Ele destacou que "nos últimos 50 anos os avanços tecnológicos fizeram da nossa criação uma das mais seguras do mundo". E acrescentou: "É isso que se está querendo - mudar essa mentalidade negativa, trazendo para os consumidores mais variedade e qualidade no produto". Em 2005, o Brasil produziu mais de 2,7 milhões de toneladas de carne de porco. Desse total, 20% foram exportados. Santa Catarina é o estado que mais produz no país, onde esse mercado movimenta cerca de R$ 20 bilhões por ano.
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