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Arte e Cultura
04/11/2006 - 06h14
Orhan Pamuk - Nobel de literatura 2006
Eduardo Carvalho - Agência Carta Maior
 

O 104º Prêmio Nobel de Literatura, modalidade instituída em 1901, será entregue ao escritor turco Orhan Pamuk, de 54 anos, que se tornou símbolo da defesa dos direitos civis em seu país por falar abertamente a respeito do extermínio dos curdos e dos armênios. Os prêmios Nobel de 2006, que correspondem a 1,1 milhões de euros, serão entregues no dia 10 de dezembro, em Estocolmo.

"Na procura da alma melancólica da sua cidade natal, descobriu novos símbolos para o choque e o cruzamento de culturas". Esta é a justificativa oficial apresentada pela Real Academia Sueca de Ciências no que diz respeito à escolha deste ano.

Pamuk nasceu em 7 de junho de 1952 em Istambul, onde ainda reside, viveu três anos em Nova Iorque, além de breves estadas na Alemanha. O escritor, que foi também pintor, estudou arquitetura na Universidade de Istambul, curso que abandonou aos 23 anos de idade para dedicar-se à Literatura. Orhan não vacilou em defender publicamente os direitos civis de seus colegas atacados na Turquia e em outras partes. Foi acusado em seu país de "insultar a identidade turca" por ter declarado em uma entrevista a um jornal suíço, em fevereiro de 2005, que ninguém na Turquia atrevia-se a debater sobre a morte de um milhão de armênios há 90 anos e a morte de 30 mil curdos nas décadas passadas. A declaração rendeu-lhe um processo judicial, do qual foi absolvido, e que dividiu a Turquia, repercutiu internacionalmente e gerou debates sobre as garantias às liberdades de expressão nesse país justamente na época em que se integrava à Comunidade Européia. Pamuk foi o primeiro escritor do mundo muçulmano a condenar abertamente o fatwa de 1989 contra o escritor Salman Rushdie e também defendeu o seu colega turco Yasar Kemal quando este foi chamado aos tribunais em 1995.

O primeiro livro de Pamuk, uma crônica da família, Cevdet Bey Ogullari (1982), narra a história de três gerações. Um ano depois lançou uma segunda obra do mesmo gênero, Sessiz Ev, que descreve a visita de integrantes de uma mesma família à avó anciã. A notoriedade internacional de Pamuk começou com sua terceira novela, Beyaz Kale (1985, "El Castillo Blanco") obra de fundo histórico que se desenvolve em Istambul a partir do século XVII. Sua notoriedade internacional viria só em 1990, com a publicação de O Livro Negro, um dos romances mais lidos na Turquia. Istanbul, seu livro mais recente, é uma "obra poética difícil de classificar, que combina as memórias do autor até os 22 anos, e um ensaio sobre a cidade de Istanbul", explica a biografia do escritor, em seu site oficial.

O professor Mamede Mustafá Jarouche, da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas, Departamento de Línguas Orientais da Universidade de São Paulo, declarou que, ao participar da “pior mesa da Flip 2005, ao lado deste senhor Orhan Pamuk, senti-me, como diz João Ubaldo Ribeiro, fazendo papel de et cetara, neste que é o mais idiota evento do calendário cultural brasileiro. Fui chamado para apresentar Orhan, um idiota ainda maior do que eu, naquele evento idiota, que ficou falando sem a menor propriedade sobre As mil e uma noites, meramente baseado em impressões que teve em leituras esparsas de quando tinha seis, quinze e vinte e poucos anos de idade, sem sequer saber que se trata de uma obra de língua árabe. Durante o tempo que estivemos juntos, só ouvi asnices de sua boca”. Para Mamede, que confessa conhecer a obra de Pamuk apenas superficialmente, o único ponto positivo de sua escolha recai sobre seu ato corajoso de denunciar o massacre armênio.

O escritor brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras, Moacyr Scliar, declarou a respeito da escolha de Orhan Pamuk que "além do mérito literário, amplamente reconhecido, existe também a dimensão política e cultural. Trata-se de um autor que repetidamente se tem pronunciado contra os fundamentalismos e pelo entendimento entre as culturas. Uma mensagem cuja importância é mais do que evidente na atual conjuntura e que vale para todos os fundamentalismos, religiosos, políticos, étnicos".

No Brasil, A Cia das Letras publicou Meu nome é Vermelho, cuja primeira edição de 3.000 exemplares esgotou-se recentemente e Neve, que deverá chegar às livrarias na próxima semana, com uma tiragem de 8 mil exemplares, já de olho na alavancagem das vendas que o Prêmio Nobel deve proporcionar. A editora ainda informou que traduzirá e lançará em breve o novo livro de Pamuk, Istanbul, mas ainda não tem data para o lançamento.

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