O Ecoturismo vem funcionando como uma das principais ferramentas na recuperação da Mata Atlântica, em São Paulo. A tese de doutorado "Determinantes da Recuperação da Mata Atlântica no Estado de São Paulo", do diretor de extensão das Faculdades Senac (SP), Eduardo Mazaferro Ehlers, demonstra que, em cidades como Campos do Jordão, Águas de Lindóia e Brotas, a prática de esportes de aventura tem sido fundamental para o aumento da cobertura de Mata Atlântica em São Paulo. Entre 1990 e 2000, 204 municípios paulistas tiveram aumento de Mata Atlântica e, em muitos casos, esse aumento está relacionado ao avanço dos empreendimentos que dependem do patrimônio natural. "O fato é que muitos municípios passaram a se preocupar mais com o meio ambiente, por perceberem o potencial de geração de novos negócios e de novas oportunidades de trabalho", afirma Ehlers. Em vários municípios a conservação das reservas naturais pode gerar mais lucro do que a exploração predatória. A Mata Atlântica é uma das áreas beneficiadas por essa mudança de comportamento. O município de Brotas, por exemplo, onde se praticam rafting, caminhadas ecológicas, arborismo, rapel e escaladas, aprovou um código rígido de proteção ambiental e segurança para os desportistas. De acordo com o presidente da ABCânion - Associação Brasileira de Canionismo -, Carlos Zaith, Brotas é a primeira cidade brasileira a criar normas de organização, disciplina e profissionalização da mão-de-obra do turismo de aventura, mantendo a preservação ambiental como elo principal do desenvolvimento da região. Brotas A cidade de Brotas integra a área da Mata Atlântica e de proteção ambiental do Corumbataí, onde está a nascente de uma das maiores reservas subterrâneas de água do planeta, o Aqüífero Guarani. Brotas é hoje o maior pólo de ecoturismo do Estado, atividade que gera 25% da renda do município. A região possui mais de 70 cachoeiras, corredeiras e cânnyons, e atrai turistas do Brasil e do exterior. "Os profissionais envolvidos com o ecoturismo em Brotas se apóiam em três pilares fundamentais: educação ambiental do turista, retorno econômico e social para a comunidade e preservação ambiental", afirma Zaith. Os cuidados são os mesmos para qualquer área natural. A intenção é a de minimizar os impactos causados pela visitação humana. Fontes: Eduardo Mazaferro Ehlers, diretor de extensão das Faculdades Senac (SP) e Carlos Zaith, presidente da ABCânion - Associação Brasileira de Canionismo.
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