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Brasil
02/07/2004 - 09h02
Plano reduziu inflação e deixou efeitos colaterais
André Deak - ABr
 
Economistas explicam como o Real atacou a inflação e deixou efeitos colaterais na economia.
 
Arquivo Radiobrás 
  Fernando Henrique Cardoso, que era ministro da Fazenda em 1994 e Itamar Franco, então presidente da República, na comemoração de oito anos do Real.

Um cenário internacional instável, um processo de endividamento iniciado durante a ditadura militar dos anos 70 e uma inflação incontrolável são três fatores que, em conjunto, levaram à implantação do Plano Real em 1994. "Havia uma conjuntura internacional muito propícia, com disponibilidade de capitais. Uma avalanche para os mercados emergentes buscava rentabilidade. Foi esse movimento que trouxe condições para a implantação do Real. Sem isso, não teriam conseguido", avalia o economista Bernardo Macedo, sócio-diretor da LCA Consultores e ex-assessor especial do Ministério da Fazenda.

Hoje, certamente muitos adolescentes nem sequer saibam o que seja inflação (o aumento de preços constante) ou o que o Brasil conheceu com o nome de hiperinflação (aumentos maiores do que 2700% ao ano), quando os supermercados reajustavam os preços de seus produtos todas as noites. Para que se tenha uma idéia do que isso significa, algo que custasse R$ 10 em janeiro, ao final de dezembro custaria R$ 270.

O Plano Real coloca fim a essa "inflação galopante", como se dizia na época. Já em 1963, por exemplo, a inflação havia atingido 90% ao ano, preocupando vários setores do país. Nos anos 1980, particularmente, os preços começam a disparar diariamente, levando vários governos a tentarem planos de contenção.

As tentativas de conter o "dragão da inflação" começaram em fevereiro de 1986, com o plano Cruzado, de Sarney, e seguiram adiante, infrutíferas, durante os anos seguintes com o Plano Bresser (junho de 1987), Plano Verão (janeiro de 1989), Plano Collor (março 1990) e Plano Collor II (fevereiro de 1991). A partir dos anos 90, com Collor, tem início no país o movimento de liberalização financeira que intensifica o fluxo internacional de capitais.

O mecanismo da URV

A primeira etapa do Plano Real foi acabar com o "hábito inflacionário". Havia então complexos sistemas de indexação de salários, poupanças e contratos, todos baseados em aumentos mensais e às vezes até diários. O governo lançou a Unidade Real de Valor, URV, que valia um dólar. Como explica em um texto recém-publicado o economista e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Luiz Gonzaga Belluzzo, "numa primeira etapa, a conversão dos salários pela média e a criação da URV desempenharam um papel importante na coordenação das expectativas. Tais expedientes foram decisivos, de modo especial, para garantir informação de boa qualidade aos formadores de preços e para criar as condições de ’conversão’ dos contratos, eliminando-se, assim, as ’causas’ da indexação (...). A ’desinflação’ foi rápida".

No segundo instante, poucos meses depois, quando os preços já haviam sido convertidos em URVs, acabou-se com a moeda de então e surgiu uma nova, o Real, com o mesmo valor da URV - um dólar.

Bernardo Macedo explica como esse mecanismo conhecido como "âncora cambial" levou o país a gastar muito dinheiro. "Quando a capacidade de absorver é abundante, não há problema, mas, quando havia uma crise, faltava dólar e surgia uma pressão sobre a taxa de câmbio. Então, o governo gastava suas reservas". Na sua opinião, "não precisava ficar com essa âncora tanto tempo, nem tão rígida, o que provocou tanta dificuldade. Seria possível tolerar uma pequena inflação no curto prazo".

Manter esta paridade com o dólar foi justamente a maior preocupação do governo nos quatro anos seguintes à implantação do Real, o que só foi conseguido graças a empréstimos no exterior. Isso explica, em parte, a dívida externa bruta que, em 1994, era de pouco mais de US$ 148 bilhões, de acordo com estatísticas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ipea, e saltou para US$ 241 bilhões em 1998. Quase o dobro, apenas quatro anos depois.

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