Aumento da participação evangélica faz com que mercado de instrumentos musicais se mexa para atrair cada vez mais esse público
O crescimento fantástico dos evangélicos no Brasil nesta última década fez despertar os mais diversos setores da economia. O número de denominações evangélicas chega a 550, sendo que são abertas por ano em todo o Brasil mais de 10.000 novos pontos de pregação. Em São Paulo abre uma nova igreja a cada dois dias. A população evangélica já chega a 20,3%, ou seja, são quase 30 milhões no país, com projeção de crescer para 50 milhões até 2020. Segundo dados da Expo Cristã, uma das maiores feiras segmentadas do país, a indústria de produtos e serviços para cristãos movimenta por ano mais de 1 bilhão. Um milhão de empregos diretos e indiretos estão atrelados a eles. A Feira recebeu, durantes os cinco dias em que foi realizada, mais de 100.000 mil pessoas. No ano passado a feira do setor, gerou negócios que ultrapassaram as cifras dos R$ 50 milhões. Diante de números tão animadores, o mercado de instrumentos musicais só tem a agradecer. A entrada dos protestantes no mercado de consumo também se tornou uma oportunidade para fabricantes, lojas e produtores musicais. Afinal, cada um dos 200.000 mil tempos espalhados pelo Brasil, tem uma banda musical, ou, como os evangélicos preferem chamar, um grupo de louvor. Fabricantes e Lojista Segundo o superintendente da Weril, fabricante de instrumentos musicais, Nelson Eduardo Visconti, metade das vendas para o mercado interno se destina a esse público. "Para atender os evangélicos, voltamos a fabricar um modelo de clarineta que havia sido retirado do mercado", explica Visconti. Caminho semelhante vem trilhando também a Tagima, fabricante de guitarras e baixo. "Se hoje, os evangélicos optassem por não mais usar instrumentos musicais nos seus Cultos, metade das empresas nacionais deixariam de existir", afirma Marcos Vignoli, gerente comercial da empresa. Para Vignoli, a importância da música no Louvor dos evangélicos é muito grande. Além disso, completa, eles primam muito pela qualidade dos instrumentos usados. A Made in Brazil, uma das maiores lojas de instrumentos musicais da América Latina, também comemora o crescimento das vendas para esse público. "Eles são objetivos, práticos e ótimo clientes", afirma Marcelo Aziz, diretor da loja. Segundo ele, a loja de preparou para atender esse nicho há quatro anos. "Cinqüenta por cento dos nossos vendedores são evangélicos, inclusive o gerente. Criamos um suporte de atendimento externo exclusivo para os evangélicos, além disso, estamos o tempo todo atentos às novidades em instrumentos musicais para o setor" explica Aziz. Um outro fato que chama a atenção neste segmento é o conhecimento por parte do comprador. "Os evangélicos sabem exatamente o que querem. Eles têm conhecimento técnico e sabem exatamente quanto pode custar um produto" afirma Alexandre Pereira Medeiros, gerente da Made in Brazil. Ciranda Evangélica O mercado fonográfico é o grande beneficiado com o crescimento do consumo evangélico enquanto grupo. Para se ter uma idéia, existem hoje no país 120 gravadoras e distribuidoras de música gospel, que faturaram cerca de R$ 150 milhões em 2005. Os evangélicos contam ainda com 470 emissoras de rádio e várias TVs. Segundo projeções de especialistas, o mercado gospel deve crescer ainda mais nos próximos anos com a abertura de novos pontos-de-venda. Hoje, os produtos estão nos principais hipermercados do Brasil e podem ser adquiridos via Internet, além dos pontos-de-venda evangélicos tradicionais. Com requintes de popstar, a música gospel é altamente vendável. As gravadoras no país também exportam os evangélicos brasileiros que vivem nos Estados Unidos e Europa para o mercado de evangélicos brasileiros que vivem no exterior.
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