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Comportamento
03/08/2006 - 17h01
Jogo patológico e endividamento
Cláudio Boriola e Mara Lúcia Madureira
 

Muitas pessoas envolvidas em dívidas por jogos tentam resolver as questões financeiras sem levar em consideração a possibilidade da preexistência de um transtorno mental e de comportamento, como causa primária do problema.

A falta de conhecimento sobre os transtornos dos hábitos e impulsos e relação da doença com endividamentos, pode acarretar prejuízos significativos na vida do jogador e de seus familiares e ainda, impedir ou retardar a busca de ajuda adequada.

O jogo patológico não deve ser confundido com jogos e apostas que se pratica por excitação ou tentativa de ganhar dinheiro, porém sem riscos relevantes. A dificuldade para controlar os impulsos, também pode estar relacionada a outras doenças como abuso e dependência de álcool ou outras drogas ou ainda, transtornos de personalidade.

A característica principal do jogo patológico é a persistência em jogar repetida e freqüentemente, mesmo quando as conseqüências nocivas são evidentes, tais como dívidas, empobrecimento, conflitos familiares e abandono atividades anteriormente importantes.

Pessoas que sofrem desse transtorno são acometidas por um desejo irresistível (compulsão) para jogar, idéias e imagens sobre jogos e preocupação excessiva com as circunstâncias relacionadas a esse comportamento. Elas reconhecem não poder controlar seus impulsos, ainda que não admitam. Em geral, contraem dívidas, se envolvem em mentiras, transgressões de normas sociais e violação das leis para obter dinheiro para essa finalidade.

Algumas características do jogo patológico são:

· Preocupação com jogos passados ou planejamento de jogos futuros;
· Intensificação dessas preocupações em períodos estressantes da vida;
· Passar mais tempo ou gastar mais dinheiro do que pretendia com jogos;
· Muitas horas são utilizadas para articular meios de ganhar dinheiro para jogar;
· Necessidade crescente de aumentar o valor das apostas para obter a mesma satisfação inicial;
· Várias tentativas fracassadas de controlar, diminuir ou interromper o hábito de jogar;
· Agitação e irritabilidade quanto tenta parar ou diminuir a freqüência dos jogos;
· O jogo é praticado como uma tentativa de afastar emoções desagradáveis ou melhorar estados de humor;
· Persistência no jogo para tentar recuperar perdas anteriores;
· Mentiras freqüentes para encobrir a gravidade das conseqüências do jogo;
· Envolvimentos em atos ilegais para financiar o jogo;
· Perda de bens materiais;
· Abandono de outras atividades importantes;
· Arriscar emprego ou oportunidades profissionais em função do jogo;
· Ruptura dos vínculos afetivos, relacionamentos familiares e sociais;
· Depender de empréstimos para pagar dívidas de jogos.

O jogo patológico freqüentemente se associa à depressão, ao abuso de álcool e outras drogas e transtornos de personalidade. A manifestação concomitante de jogo patológico, depressão e impulsividade, ou endividamentos e perdas significativas, em casos mais graves, pode levar o indivíduo a cometer suicídio.

O jogo patológico é uma doença, portanto, uma questão social. A negligência dos profissionais de saúde; a sofisticação dos jogos computadorizados e interativos e a explosão de Lan Houses (casas de jogos eletrônicos) são alguns fatores agravantes da situação, pois favorecem a manifestação e evolução do transtorno e, muito pouco tem sido feito para esclarecer, tratar e controlar o problema.

A falta de conhecimento adequado; a existência de preconceitos; negação do problema; crenças e expectativas irrealistas de poder controlar os impulsos e voltar a jogar eventual e moderadamente; constrangimento ou vergonha para procurar ajuda especializada, podem contribuir para agravamento do transtorno e comprometimento de vários aspectos da vida do jogador e de seus familiares.

O tratamento mais indicado para o jogo patológico consiste na associação de psicoterapia cognitivo-comportamental e medicamentos prescritos por médicos psiquiatras. Os grupos de apoio também são recursos válidos e disponíveis aos jogadores que procuram ajuda, nesse sentido.

Nos últimos anos, observa-se um crescente aumento do número de mulheres, jovens e idosos que apresentam transtornos do hábito e dos impulsos, anteriormente mais comum entre homens adultos.

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