Erva Doce, Cubana, Sabor de Minas, Hanavilhana, Preciosa, Brinco de Ouro, Brinco de Prata, Terra de Ouro, Canarinha, Seleta, Boazinha, Saliboa, Anísio Santiago e Meia Lua são algumas das cachaças artesanais produzidas em Salinas, no norte mineiro, e que os apreciadores poderão degustar e comprar no V Festival Mundial da Cachaça, que acontece na cidade de 14 a 16 de julho.

O evento, na praça Dr. João Cardoso de Araújo, deve reunir 15 mil pessoas, seis mil a mais que a edição passada, quando nove mil visitantes passaram pela festa que reverencia a mais popular bebida brasileira.

Promovido anualmente pela Associação dos Produtores de Cachaça Artesanal de Salinas (Apacs), com o apoio do Sebrae em Minas Gerais, o evento já é um dos principais do calendário oficial de festivais de cachaça realizados no País. Além do festival, os participantes poderão conhecer o ’Roteiro Turístico do Negócio Cachaça’.

A programação do roteiro inclui visitas guiadas aos alambiques da cachaça Sabor de Minas e da Escola Agrotécnica Federal de Salinas, primeira no Brasil a ter um curso superior de formação de profissionais especializados em tecnologia de produção de cachaça. Também está previsto visita a uma propriedade rural onde é produzida a legítima cachaça artesanal de Salinas.

Nos dias 15 e 16 de julho, produtores e visitantes poderão participar de clínicas tecnológicas organizadas pelo Sebrae. Nesses espaços, serão abordados temas relacionados às boas práticas no cultivo da cana-de-açúcar e à produção da cachaça de qualidade. No encerramento das clínicas, haverá um curso sobre preparação de coquetéis e drinques feitos com a bebida. Em seguida, haverá uma degustação.

"Além de abrir espaço para negócios, a proposta do evento é mostrar como é feita a cachaça artesanal em Salinas", diz a gestora do projeto ’Desenvolvimento da Cachaça de Salinas’, Kênia Cardoso Santos.

Tradição e força econômica

Hoje, a produção de cachaça artesanal é a segunda atividade mais importante de Salinas, atrás apenas do setor de cerâmica. A produção em 2005 foi de 3,5 milhões de litros, contra 2,8 milhões em 2004. Segundo o presidente da Apacs, o médico e produtor João Morais Pena, a expectativa é que a produção, em 2006, alcance a marca de quatro milhões de litros.

Outra prova da importância da atividade, segundo João Pena, está na arrecadação de impostos. Em 2004, a produção de cachaça na microrregião de Salinas gerou R$ 8,1 milhões de arrecadação de tributos e em 2005 a receita saltou para R$ 11 milhões. "Isso comprova o crescimento", assinala.

Para o presidente da Apacs, o Festival Mundial da Cachaça é uma das principais iniciativas para divulgar a qualidade da bebida produzida em Salinas. A tradição da cidade vem desde o início do século XX e passou a tomar ainda mais corpo a partir de meados da década de 1970. E o projeto ’Desenvolvimento da Cachaça de Salinas’, explica o produtor, deu ainda mais fôlego aos produtores da região, que passaram a atuar com foco na união de esforços.

O processo de fabricação da cachaça na região de Salinas é artesanal. O fermento utilizado é biológico e o envelhecimento da bebida é feito em tonéis de madeira num período mínimo de um ano. Desde o início do projeto, a avaliação química da cachaça ganhou ainda mais importância, como forma de garantir a qualidade da bebida.

"Não é à toa que temos hoje o título de capital mundial da cachaça", assinala seu João, que produz a cachaça Erva Doce, comercializada em diversos estados brasileiros e encontrada também nas prateleiras de uma das principais redes de supermercados do País.

Outras cachaças produzidas em Salinas e que também estarão no festival são as marcas Beija-Flor, Indaiazinha, Lua Cheia, Só Luar, Canardente, Monte Alto, Paladar, Fortaleza, Fabulosa, Indiana, Cana de Ouro, Sabiá, Sabor da Cana, Sobradinha, Magestade, Salinense, Amorycana e Tábua.

V Festival Mundial da Cachaça
De 14 a 16 de julho
Salinas - MG