As investigações da quadrilha que fraudava licitações de ambulâncias e influenciava emendas parlamentares estão sob o comando do Supremo Tribunal Federal, Polícia Federal, Ministério Público Federal e, agora, Congresso Nacional que criou uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre o assunto. Foram expedidos 54 mandados de prisão de servidores públicos, empresários, e assessores parlamentares. Gravações autorizadas pela Justiça indicam até a possível participação de deputados e senadores. O esquema foi descoberto pela operação desencadeada pela Polícia Federal que abriu mais de 140 inquéritos sobre 76 municípios, envolvendo mais de mil ambulâncias, que custavam em média R$ 100 mil. O esquema tinha integrantes que atuavam em prefeituras, no Ministério da Saúde e dentro do Congresso Nacional. O relatório da Justiça Federal que foi enviado ao Congresso citava o nome de 65 parlamentares, sendo um senador, 62 deputados, o ex-deputado Rovinon Santiago e um suplente. Nenhum envolvimento havia sido comprovado pelas investigações anteriormente. O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, pediu a abertura de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) contra 15 parlamentares suspeitos de envolvimento na Operação Sanguessuga. De acordo com nota do MP, Fernando Souza identificou indícios da participação desses parlamentares em crimes de fraudes em processos licitatórios, corrupção, tráfico de influência e lavagem de dinheiro. Depois, o ministro do STF Gilmar Mendes autorizou o pedido do procurador-geral. Todos os parlamentares e outras pessoas citadas como intermediadores do esquema precisam depor. Os 15 inquéritos estão sob segredo de justiça para garantir a eficácia das investigação. No Congresso, a CPI dos Sanguessugas começa o planejamento dos trabalhos na segunda-feira (26). O presidente, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), e o relator, senador Amir Lando (PMDB-RO), querem fazer visitas ao Ministério Público, Polícia Federal e ao Supremo Tribunal Federal para buscar documentações sobre as investigações que estão sendo feitas sobre a compra fraudulenta e superfaturada de ambulâncias com recursos do orçamento. "Vamos fazer visitas para buscar manancial de provas", disse o relator.
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