Estou cansado das especulações sobre meu eventual interesse em assumir a presidência da Fundart. Em 2004 esta possibilidade passou por mim. Por razões que não vale lembrar, fui preterido. Minhas pretensões findaram lá. Minha disposição em trabalhar pela Cultura de Ubatuba mantenho como coordenador do Grupo Setorial de História e Geografia, em meu segundo mandato. Ao término do meu primeiro ano como coordenador do Grupo Setorial encerrei feliz pelas conquistas que suplantaram, de longe, minhas frustrações no Conselho Deliberativo. Infelizmente a expectativa para este ano é pior. Ao terminar o ano de 2005 pude constatar alguns erros nos meus conceitos com relação à Fundart e, o principal deles é a propalada falta de dinheiro para a nossa Cultura. Em outubro de 2005 o Conselho Deliberativo da Fundart liberou R$ 120.000,00 para diversos gastos e investimentos devidamente relacionados. “Demos” R$ 120.000,00 para a Diretoria Executiva gastar! Terminado o ano a Diretoria Executiva da Fundação “conseguiu” gastar míseros R$ 9.800,00. Esta é uma, de tantas, prova cabal da incompetência da atual Diretoria Executiva da Fundart. Não nos falta arte e artistas, não nos falta estrutura, não nos falta projetos, falta-nos competência e a atual Diretoria Executiva da Fundart é a prova mais cruel disto. Este ano o Conselho Deliberativo apressou a análise dos projetos apresentados pela comunidade e começou a liberar os contratos já em fevereiro. A atual Diretoria Executiva até hoje não conseguiu concluir os contratos para as realizações dos projetos e muitos deles já estão com sua execução comprometida. Ao invés de fazerem jus aos salários que recebem para trabalhar, preferem cultivar o medo do Carlos Rizzo querer a presidência da Fundação. Acreditam o tempo todo que o Carlos Rizzo está lá para derrubar a atual Diretoria Executiva. Estive quieto este tempo todo, apesar de todas tricas e futricas que a Diretoria Executiva perde tempo em fazer, pelas costas, sobre o meu trabalho. Trabalhei como coordenador do Grupo Setorial e no Conselho Deliberativo por um ano e meio sem escrever uma só linha falando mal desses meus detratores. O que penso sobre essa Diretoria Executiva já falei na cara de cada um deles. Só não repito aqui por respeito aos leitores. A atual Diretoria Executiva é revanchista e cheirando a verde-oliva conseguiu transformar a Fundart numa república das bananas. O constante vilipêndio dos estatutos tem levado a uma gestão temerária das finanças e do patrimônio da Fundação. Não sou, nem quero ser, nenhum salvador da pátria e o Martiniano não deve ser execrado pela sua incompetência. A história dará a ele o seu devido lugar. A verdadeira expressão da Cultura surge dos Grupos Setoriais eqüitativamente representados no Conselho. A salvação da Fundart está no Conselho Deliberativo forte e respeitado, é lá que vou continuar enquanto puder trabalhar pela Cultura de Ubatuba. Carlos Rizzo Coordenador do Grupo Setorial de História e Geografia e membro do Conselho Deliberativo da Fundart (Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba)
Nota do Editor: Carlos Augusto Rizzo mora em Ubatuba desde 1980, sendo marceneiro e escritor. Como escritor, publicou "Vocabulário Tupi-guarani", "O Falar Caiçara" em parceria com João Barreto e "Checklist to Birdwatching". Montou uma pequena editora que vem publicando suas obras e as de outros autores.
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