Quando falamos em escritório de advocacia, logo vem aquela idéia de um ambiente formal, com predominância de cores escuras e de materiais pesados, passando a impressão imponente de extrema seriedade e amplo conhecimento na área. Esta é uma visão tradicional de arquitetura que vem de muito tempo, e que não deve ser abandonada. Porém, atualmente, não se pode considerar isso como um padrão a ser seguido sempre, de maneira obrigatória. Assim como em outras áreas, no ramo de advocacia também existe uma flexibilidade em termos de projetos arquitetônicos. O que determina a ambientação não é mais a exigência de formalidade, e sim um conjunto de fatores que começa pela personalidade dos profissionais que atuam na banca e pela imagem do escritório que se deseja passar ao mercado. Se os advogados têm preferência por um visual mais arrojado, moderno, ou mais clean, podem adotar esses valores no seu espaço de trabalho, sem problemas, deixando a formalidade de lado. Porém, é preciso saber até onde se pode ir com esta ousadia, pois o projeto também deve levar muito em conta as características e exigências do cliente. Dependendo do tipo de cliente, é necessário estabelecer um equilíbrio entre modernidade e o modelo tradicional. Entre outras características, um escritório de advocacia precisa demonstrar organização e confiabilidade. Além disso, ter uma estrutura adequada para atender seus clientes, os quais devem sentir no ambiente uma sensação de amparo e de que realmente ali podem ser resolvidos os seus problemas. Há várias formas de fazer isto acontecer por meio de um projeto arquitetônico bem elaborado, que deve ser definido mediante uma pesquisa sobre as necessidades e objetivos do escritório. É importante saber que qualquer ambiente profissional, intencionalmente ou não, comunica uma mensagem. Um escritório bem articulado deve encontrar a melhor forma de transmitir a sua mensagem ao cliente, adequando o espaço de acordo com os seus objetivos. A ambientação pode passar diversos valores, como credibilidade, jovialidade, modernidade, agilidade, profundo conhecimento, tradição, entre outros. Outro item que precisa ser considerado na projeção do ambiente é o funcionamento do escritório, ou seja, de que forma os advogados trabalham, comunicam-se, organizam-se. Cada grupo tem sua dinâmica própria. O espaço deve ser projetado para economizar o maior tempo possível, reduzir custos e colaborar para o bom desempenho dos profissionais. Uma tendência observada nos últimos anos é a de que muitos advogados estão preferindo atuar juntos, em uma sala única, para trocarem opiniões e conhecimentos a respeito dos processos. Somente as salas para atendimento ao cliente ficam separadas. É um modelo diferente do tradicional, que privilegia cada profissional trabalhando em seu canto. Investir no visual do escritório é uma prática cada vez mais comum no ramo jurídico. Até porque se percebe no mercado a formação de bancas maiores de advogados associados, que se configuram como empresas de advocacia, com investimentos em marketing. E a ambientação é um item de fundamental importância no mix, pois, como vimos, comunica aos clientes as características e os valores do escritório. Nota do Editor: Fernanda Duré é diretora da Dreher&Dure Arquitetos Associados, especializada em projetos arquitetônicos empresariais, principalmente na área jurídica.
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