A República Islâmica do Irã inicia uma reforma para promoção e proteção de investimentos estrangeiros com o objetivo de atrair recursos para o desenvolvimento interno, que pode repercutir de modo positivo entre as empresas brasileiras. A informação foi dada pelo ministro do Comércio do Irã, Mohammad Shariat Madari, na sua palestra no encontro de negócios Brasil-Irã, promovido ontem pela Câmara de Comércio Brasil-Irã na Associação Comercial do Rio de Janeiro. Shariat Madari disse que o Irã reduziu os impostos e está dando garantia de 100% de retorno dos investimentos, facilitando ainda a remessa de lucros, para incentivar os investimentos no país. "O clima é positivo para a promoção de investimentos", assegurou. Segundo ele, o Produto Interno Bruto (PIB) iraniano cresceu 7,5% em 2003, "e continuará crescendo nos próximos cinco anos", destacando o incremento de 11% da indústria e de 10,5% da agricultura. O ministro do Comércio destacou que outro ponto de atratividade está ligado à geografia, uma vez que o Irã se situa no centro do Oriente Médio, representando uma importante oportunidade de conexão entre o Oriente e o Ocidente. "É uma porta de entrada para o Cáucaso e a Ásia Central, região onde vivem 300 milhões de pessoas", lembrou. Na opinião de Shariat Madari, o Irã pode ser uma plataforma para o Brasil acessar essa região, do mesmo modo que o Iraque e o Afganistão, países com os quais os iranianos têm relações enraizadas, apesar das guerras. O Irã é o segundo maior país do mundo em reservas de gás natural e o sexto em petróleo. Esses dois setores podem servir de base para a cooperação com o Brasil na área petroquímica, destacou Madari. Ele enumerou ainda entre os pontos que atestam que o Irã está em pleno progresso industrial a produção anual de aço de 8,5 milhões de toneladas; a produção química de 22 milhões de toneladas em 2003, e que deve atingir 39 milhões de toneladas em três anos graças a investimentos de US$ 10 bilhões; e a produção de 1 milhão de veículos/ano. Além disso, Madari informou que o Irã alcançará a autosuficiência em trigo este ano. O país produz 1,3 milhão de toneladas de açúcar, é o primeiro produtor mundial de açafrão e pistache, o segundo na produção de tâmaras e o quinto na produção de cebola e batata. Graças a um avançado sistema de irrigação, porque o Irã é um país de terra seca, é hoje o sétimo produtor de nozes. Em termos de exportação de serviços, a receita anual do Irã é de US$ 2,7 bilhões, sendo US$ 550 milhões em engenharia técnica para a Ásia e a África. O desequilíbrio existente no comércio com o Brasil pode ser superado, na avaliação de Madari, por meio da introdução de produtos industrializados nesse comércio.
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