Fica em cartaz no MACC - Museu de Arte e Cultura de Caraguatatuba até o dia 25 de junho, a exposição Diálogos - Encontro de arte e História - Acervo Artístico do MACC, que pode ser visitada de terça a domingo, das 10 às 18 horas. A entrada é franca. Inaugurada no dia 20 de abril, durante as comemorações dos 149 anos de Caraguá, a exposição encantou o público presente, composto por autoridades e pelos prefeitos do Litoral Norte, assim como secretários municipais e comunidade em geral. Contando a história de Caraguatatuba e apresentando o acervo artístico naïf, recém adquirido, a Fundacc mostra como o povo vem traçando sua história, seja por meio de atos perpetuados na memória dos antigos, ou pela cena transferida para a tela, retratando cenas do cotidiano do povo da região. Um diálogo entre a história e a arte. A História de um lugar é composta de intrincados detalhes. Retalhos de uma colcha, que unidos, contam como vive o povo de um lugar. Por meio de objetos, fotografias, documentos e também das artes plásticas é possível mergulhar num outro tempo que não é o nosso, e vivenciar a história. Nesse "Diálogo" entre a História e a Arte, é possível conhecer mais sobre si mesmo e também do outro: saber do homem que com sua vida fez história e construiu o passado; e do homem que por meio dos pincéis, abre seu modo particular de ver a vida do outro - colorida e festiva, como a arte primitiva ou naïf. Nesse encontro de História, traços da vida caiçara, que a própria comunidade ajudou a escrever, doando suas memórias, objetos importantes e fotografias carregadas de lembranças. Nesse encontro de Arte, momentos eternizados pelos pincéis de artistas que com sua espontaneidade, inocência e poesia, retratam a tradição popular de uma sociedade com sua visão repleta de cor. Com a intenção de trazer ao público a história que tem sido pesquisada e preservada pela Fundacc por meio do trabalho do APMC - Arquivo Público do Município de Caraguatatuba "Arino Sant’Ana de Barros", a exposição contou com objetos, móveis, fotografias, jornais e documentos doados por moradores antigos. A exposição está dividida por módulos históricos oportunizando ao público conhecer mais sobre a Fazenda dos Ingleses, a construção da estrada Caraguá-Paraibuna, a Catástrofe de 1967, a Congada de Caraguatatuba, os desfiles do Carnaval tradicional da década de 80, os móveis doados pelo Dr. Diógenes Ribeiro de Lima à prefeitura, a primeira cadeira de barbeiro da cidade, entre outros aspectos que fazem parte da história da cidade. Na parte artística, com o acervo naïf, a Fundacc mostra pela primeira vez as obras adquiridas de artistas que retratam costumes e tradições do povo caiçara do Litoral Norte e da região do Vale do Paraíba. São artistas consagrados pela mídia com o reconhecimento nacional e internacional pela qualidade e autenticidade de suas obras. E são eles: Bruno Pizzutto (Ubatuba), Giba Pinna (Ilhabela), José Carlos Monteiro (São Luis do Paraitinga), João Teixeira Leite (Ubatuba), Toninho Mendes (Taubaté), Ferreira (Peruíbe), Darcy Cruz (Mogi das Cruzes), Mônica Santana (Piracicaba), Ignácio da Nega e Odhila Renófio (São Paulo). O que é Arte primitiva ou naïf? Um artista primitivo é aquele que se expressa com espontaneidade e com inocência. Seleciona elementos da tradição popular de uma sociedade e os combina plasticamente, guinado-se por uma clara intenção poética. Oferece uma visão interior e repleta de cor. No Brasil, o movimento cresceu a partir de 1937. A arte naïf brasileira reflete uma realidade nacional; extremamente rica e variada, é autêntica e, na maioria das vezes, otimista e alegre. Ela reflete o país tropical, generoso em sua vegetação, aberto em sua gente. Não existe país melhor que sirva a este estilo. Hoje pela diversidade entre as regiões e os povos que a compõem, a arte brasileira tem seu lugar de destaque no cenário mundial.
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