Arquivo CAR      Carlos Rizzo e Maria Eduarda.

Lembro da primeira Copa que pude torcer pela televisão. Foi na Copa de 1962. Meu pai comprou uma tv recém lançada. Funcionava como um rádio iluminado, algum som e nada de imagem. Puro chuvisco com algum chiado. Mesmo assim torcemos e fomos bicampeões. A Copa de 1950 era assunto proibido em casa.

A de 1966 só me lembro das promessas do Feola na porta do avião e a derrota para Portugal tendo Euzébio como carrasco, sumiu, né?

A de 1970, quando fomos tricampeões, fui me envolvendo aos poucos até atingir o máximo de torcida na final contra a Itália. Terminar o primeiro tempo com o empate engasgado foi o maior suplício. Terminado o jogo, tricampeões, peguei carona na festa e só voltei para casa no dia seguinte.

A de 74 e de 78, não lembro nada. A de 82 quase apanhei por estar torcendo para a Itália de tanta raiva que me deu ver aquele timaço perder daquele jeito. Nunca mais se ouviu falar do tal Paulo Rossi. Ô dó!

Só voltei a acompanhar jogos da Copa em 1998. Acreditei feliz na vitória do penta em 2002 e neste ano estou me preparando para assistir a mais uma Copa. Agora na companhia da Maria Eduarda, Duda para os amigos, ela adora futebol, não perde um lance. Mesmo que seja um jogo entre o Burro da Central e a Águia do Vale. Eu durmo. Só acordo para posar para foto.

Em Ubatuba teremos que acompanhar a duas copas, a do futebol e a copa das árvores. É ali que, a maior parte do tempo, vive o tié-de-coroa, ou o Calyptura Cristata. Já foi avistado e agora falta fotografia, registro da voz, dos costumes. Nessa não dá para dormir, estarei na captura do Calyptura. Na outra prometo que não dormirei.

Aliás em ano de Copa do hexa, eu aceito trocar seis por meia dúzia. Tanto faz.