Sidney Borges | |
A família dos troquilídeos reúne os beija-flores que além de caracterizados por seus bicos e caudas, possuem plumagem brilhante quando expostas à luz. Beija-flor é um caso à parte. Durante o dia sua atividade cardíaca trabalha perto dos 300 batimentos por minuto, todas as noites quando dormem, praticamente hibernam reduzindo para 28 batimentos por minuto. Sem esse recurso, os beija-flores não sobreviveriam a uma noite de sono. Consomem 5.000 Kal/dia e oferecer um suplemento alimentar com garrafinhas de água com açúcar vem bem a calhar para esses pequenos maiúsculos vorazes por calorias. Apesar do arrepio dos naturalistas, a água com açúcar não prejudica os beija-flores, nem o torna sedentário. Os únicos perigos quando oferecemos água com açúcar é a falta de higiene nos bebedouros e a fermentação da solução quando exposta ao sol. Nada que uma boa sombra e água sanitária não resolvam. Para compensar os reclamos dos naturalistas, podemos plantar nos quintais as ditas plantas troquilógamas que são aquelas justamente amigas dos beija-flores. Se você mora em apartamento, pode ter entre as herbáceas o lírio, a dracena, brinco-de-princesa, lágrima-de-moça e até a maria-sem-vergonha. Já entre as trepadeiras pode escolher entre a lágrima-de-cristo, unha-de-gato ou o sapatinho-de-judeu. Para jardins e quintais maiores, podemos plantar a paineira, o flamboyant, o ingá, todos os ipês ou ainda as frutíferas como o mamoeiro, a bananeira, o maracujazeiro e a laranjeira. Todo mundo ficará satisfeito e a dieta dos beija-flores receberá um incremento significativo de calor humano.
Nota do Editor: Carlos Augusto Rizzo mora em Ubatuba desde 1980, sendo marceneiro e escritor. Como escritor, publicou "Vocabulário Tupi-guarani", "O Falar Caiçara" em parceria com João Barreto e "Checklist to Birdwatching". Montou uma pequena editora que vem publicando suas obras e as de outros autores.
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